Vídeo mostra homem tentando atingir alunos com cadeira em escola do DF Ele invadiu colégio na Estrutural nesta segunda e feriu alunos e servidores. Homem foi preso; Secretaria de Educação manteve aulas nesta terça-feira.
Imagens do circuito de segurança mostram o momento em que um homem invade uma escola pública do Distrito Federal e dá “cadeiradas” na direção de alunos. O incidente aconteceu na tarde desta segunda-feira (6) no Centro de Ensino Fundamental 1 da Estrutural e deixou o vigilante, 13 alunos e duas professoras feridos. Por causa das agressões, a Secretaria de Educação decidiu promover um debate na instituição no turno vespertino. O restante das aulas segue normalmente.
O vídeo dura 22 segundos. O registro mostra as crianças concentradas perto do portão, olhando pela grade. Pouco depois algumas começam a correr, e o homem entra dando cadeiradas. O restante dos estudantes sai correndo. De acordo com a direção da escola, havia 490 alunos com idades entre 10 e 13 anos no pátio no momento da invasão.
De acordo com o GDF, 11 dos agredidos precisaram de atendimento hospitalar e até o final da noite o vigilante, uma professora e três alunos haviam recebido alta. A outra educadora tinha suspeita de fratura em uma das pernas e foi levada para o Hospital de Base. Devido ao caso, as aulas de ensino médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do período noturno foram canceladas na segunda.
O homem que invadiu a escola foi preso em flagrante logo após a invasão. A polícia informou que ele tem 33 anos e é morador da Estrutural, mas não tem nenhuma relação conhecida com o colégio. Ele estava em prisão domiciliar e tem quatro passagens por tráfico de drogas, roubo qualificado e furto. Um mandado de busca e apreensão contra ele estava em aberto.
O suspeito foi levado para a 1ª DP. Testemunhas afirmam que ele não falou nada durante o ato e não explicou, em nenhum momento, o motivo das agressões. Segundo a diretora da escola, Roseli de Melo, o homem tinha os olhos "vidrados" e parecia estar sob efeito de drogas.
Agressão
Roseli afirma que o crime começou por volta das 16h. O agressor pediu para entrar na escola, mas o vigilante informou que a entrada de pessoas sem relação com a escola era proibida no horário do recreio. Como a solicitação foi negada, o agressor pegou uma cadeira, a quebrou no chão e usou a barra metálica de sustentação para bater no porteiro.
"Eu trabalho há cinco anos aqui nessa escola da Estrutural. Não o conheço, nunca o vi por aqui. O que mais me choca não é o que ocorreu, a invasão, mas a questão da violência. Foi tudo muito violento", disse a diretora.
Já dentro da escola, o homem continuou a bater com a cadeira nas crianças que apareceram pela frente. Uma das professoras tentou impedi-lo, mas foi jogada contra a parede. Outra servidora correu para ajudá-la, mas também foi agredida. Após cair no chão, ela continuou a receber golpes e precisou ser hospitalizada com suspeita de fratura.
Policiais Militares dentro de escola da Estrutural, no DF, que foi invadida por homem de 33 anos (Foto: Mateus Rodrigues/G1)
Outra servidora correu para a rua e pediu socorro, permitindo a entrada de um grupo de rapazes que passava no local. Com a ajuda do vigilante agredido na porta, os homens conseguiram imobilizar e amarrar o agressor até a chegada da polícia.
A professora de atividades Dirce Déa Dumont afirma que uma das alunas conseguiu pular o muro e pediu ajuda para a mãe, uma servidora da administração regional da Estrutural que conseguiu ligar e acionar a PM.
Após a confusão, uma das alunas agredidas afirmou a Dirce que a irmã já foi vítima do mesmo homem, em um episódio semelhante em outra escola da região. Outra estudante disse que "um homem parecido" já teria atacado a casa de uma vizinha, também na Estrutural.
“É um louco que está solto por aí. Nós estamos correndo risco e ninguém faz nada. Parece que abafaram outros casos [de invasão e agressão]. Nunca ficamos sabendo”, afirmou Dirce.
O comandante do Batalhão Escolar do DF, tenente-coronel Júlio César de Oliveira, afirmou que o policiamento será reforçado na entrada e nas imediações do colégio. O militar disse reconhecer que o policiamento é insuficiente nos colégios da capital.
"A gente tem que imaginar que o batalhão cobre 1.190 escolas, com cerca de 400 policiais. Nós fazemos o policiamento de acordo com as estatísticas e a situação de cada escola. Se nós pudéssemos colocar um em cada escola, seria o ideal, mas hoje não temos essa condição", afirmou.
A diretora da unidade disse que não considera a segurança suficiente, mas negou que a escola fique em uma área violenta. "Eu não considero suficiente, e ninguém vai considerar, porque são 490 alunos. Mas não sou eu que tenho que falar isso, porque eu sou a diretora. Pedagogicamente, eu garanto a segurança. Eu não tenho problema aqui na Estrutural, foi um fato isolado", declarou Roseli.
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