Dilma e Obama terão encontro neste sábado Relação entre os dois países havia se estremecido após caso de espionagem do governo norte-americano em relação a presidente brasileira
A presidente Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, devem ter um encontro bilateral neste sábado (11) no Panamá, onde participam da Cúpula das Américas. Dilma deve ter ainda encontros bilaterais com os presidentes do México, Colômbia e Haiti -a retirada de tropas brasileiras deste último deve estar na pauta da reunião. Haverá também uma agenda com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
Com a participação de Cuba, o encontro deve resultar em declaração conjunta dos países em defesa do fortalecimento da democracia, de eleições justas e periódicas, da liberdade de imprensa e do direito à privacidade. "É um tema caro ao Brasil e está no texto que foi negociado", disse nesta terça-feira (7) o diplomata Paulino Franco de Carvalho Neto, diretor do departamento de EUA, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty.
EUA E VENEZUELA
Entre os signatários, estarão países como os Estados Unidos, alvo de críticas após denúncias de espionagem, e a Venezuela, questionada por supostas torturas em prisões e violação de direitos humanos. O ministro Paulino minimizou possível impacto de atrito entre os dois países na realização do evento.
Os EUA são autor de decreto que declarou a Venezuela "ameaça incomum e extraordinária" e impôs sanções a autoridades do país. "Entendo que o caminho bilateral seja o mais apropriado [para sanar divergências]. Pode-se esperar inclusive encontro entre os presidentes Maduro e Obama", afirmou o diplomata.
Durante a cúpula, está previsto encontro entre o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry. O tema central desta edição da cúpula é "prosperidade com equidade: o desafio da cooperação nas Américas".
Paulino destacou que a participação inédita de Cuba "traz uma esperança grande por maior integração dos países do continente americano". "Esse é o tom que o Brasil pretende dar a esse encontro, ressaltando o aspecto positivo de que todos os países das Américas possam participar", concluiu.
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