Audi A8, o carro para super-patrões Modelo mais luxuoso da marca alemã é repleto de tecnologias, tem motor V8 de 435 cv e um preço que poucos podem pagar
Em algumas culturas o número 8 é uma referência ao “infinito”. Para a Audi, esse número também tem um significado importante e refere-se ao que a marca alemã tem de melhor e sua materialização é o sedã A8, um dos carros mais luxuosos do mundo.
Atualmente na terceira geração e já com dois facelifts nessa fase, o A8 atual, apesar do design discreto, é um carro que impressiona pelo tamanho. O modelo é uma “barca” com 5,13 metros de comprimento e quase 2 metros de largura, além dos 3 metros de distância entre-eixos, medidas que garantem um espaço interno enorme, sobretudo na parte traseira, onde costuma se acomodar o dono desse carro. Dirigi-lo é uma função incubida muitas vezes a motoristas profissionais. Portanto, vamos para o banco traseiro.
Viajar na parte traseira do A8 é uma experiência extremamente confortável. O encosto de braço central possui porta-copos e porta-trecos, comandos elétricos para ajuste do banco e controles individuais de ar-condicionado, além de comandos que ativam o aquecimento e ventilação nos bancos. Há ainda cortinas elétricas nas janelas e no vidro traseiro, itens que elevam ainda mais o nível de conforto a bordo, especialmente para tirar uma soneca. Quer mais? Ok, o sedã mais luxuoso da Audi também possui massageadores nos assentos.
A lista de mimos dignos de classe executiva ainda pode conter central multimídia Bose ou Bang & Olufsen (opcional que custa mais de R$ 30 mil, ou seja, o preço de um carro popular) e telas de LCD nas costas dos bancos dianteiros, onde é possível assistir televisão ou filmes em DVD. As entradas auxiliares presentes no carro permitem conectar diversos artigos eletrônicos no carro, desde um celular a vídeo-games. Com tantos recursos no banco traseiro quem vai querer dirigir esse carro?
Motorista nas estrelas
Entre o bico do veículo e a posição onde vai o motorista há uma distância de quase 3 metros de comprimento, por isso para dirigir o A8 é preciso ter uma excelente noção de espaço. É como guiar um SUV de grande porte, porém, mais próximo ao solo e com um campo visual menor. O carro é tão grande que a Audi instalou oito câmeras de vídeo ao redor da carroceria para facilitar manobras mais “apertadas”. Uma das mais interessantes é a câmera direcionada para o chão, que ajuda o motorista a estacionar sem raspar as rodas (aro 19”) na guia, o que seria um pecado e também um grande prejuízo.
O condutor do A8 ainda tem recursos de última geração para ajudar na condução, como sistema de visão noturna e controle de velocidade de cruzeiro adaptativo (ACC). Mas o que mais vai animar o motorista desse veículo é o conjunto mecânico composto pelo “motorzão” 4.0 V8 TFSI (turbo com injeção direta de gasolina) de 435 cv associado ao câmbio semi-automático de 8 marchas e dupla embreagem com tração nas quatro rodas (quattro).
Toda essa cavalaria faz o A8, que é grande e pesado (1.800 kg), parecer pequeno e leve, por isso se comporta com uma desenvoltura impressionante. Segundo a Audi, o modelo nessa configuração vai do 0 aos 100 km/h em 6,5 segundos e atinge até 250 km/h de velocidade máxima, desempenho comparável ao de modelos menores e mais leves da Audi, como os sedãs A4 e A6.
E o veículo cumpre essas tarefas em silêncio, por conta do trabalho preciso no revestimento acústico, e com tal estabilidade que parece até andar sobre trilhos aconchoados graças ao sistema de suspensão adaptável e a tração integral. No entanto, as cidades brasileiras não são compátiveis com o A8, que sofre ao enfrentar lombadas e valetas.
Opinião de chefe
Com uma vida atribulada, diretores de grandes empresas precisam de todo tempo possível para trabalhar. Quando estão fora do escritório, o carro se torna uma segunda “base de operações”, onde funções são delegadas, reuniões de emergência são realizadas, documentos são analisados e assinados e quando sobra algum tempo há espaço para sonecas provideciais. iG foi conversar com um presidente de uma grande empresa da área de seguros, que experimentou o A8 por um dia de trabalho e deu seus “pitacos” sobre o sedã de luxo da Audi (por segurança. seu nome foi omitido do artigo).
“Costumo ficar em média 3 horas dentro do carro por dia, entre o trajeto de minha casa e o trabalho e translados para reuniões ou até o aeroporto”, contou ao iG o executivo, que não tem tempo para digirir, função delegada a seu motorista profissional. “O conforto a bordo do A8 é surpreendente e o modelo tem presença por onde passa e principalmente onde para. Gostei do banco com massagem e as janelas com cortinas. No entanto, eu e meu motorista nos sentimos mais seguros em SUVs, devido a maior visibilidade que a carroceria mais alta proporciona”, explica nosso interlocutor, que utiliza um Hyundai Santa Fe no seu cotidiano.
Segundo ele, um sedã como o A8 seria um carro ideal para esse tipo de função, mas o alto valor cobrado no Brasil acaba impedindo que ele seja considerado em uma aquisição. Situação diferente no exterior onde o A8 é bem mais acessível para empresa - na Alemanha ele sai por 77,6 mil euros, algo como 265 mil reais ou menos da metade do preço no Brasil.
Fechando a conta
O Brasil não é um dos mercados mais adequados para o suntuoso A8, mas mesmo assim ele está presente. Sem expectativa de alcançar grandes volumes de vendas (vende-se menos de 20 unidades por ano no País), o modelo serve como uma vitrine para a marca mostrar tudo o que possui de mais moderno e luxuoso e assim atraí a atenção para seus outros produtos.
Com preço inicial de R$ 558.990 (podendo passar de R$ 600 mil de acordo com o nível de acabamento e itens opcionais), o A8 no mercado nacional é uma escolha excêntrica por conta de seu valor exorbitante e suas características que não condizem com as ruas e estradas brasileiras. Nesse cenário, o infinito da Audi acaba um tanto limitado no Brasil.
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