Alibaba amplia presença no setor financeiro com índice e novo banco índice reúne desempenho dos papéis de empresas de comércio online. Banco MYbank será lançado para concorrer com o WeBank, da Tencent.
O Alibaba e uma afiliada de finanças aceleraram um esforço para se tornar uma rede financeira online chinesa plena, com o lançamento nesta quinta-feira (9) de um índice que reúne os papéis do setor de comércio eletrônico para acompanhar o desempenho deles. Anunciou ainda planos para a abertura de um banco na internet em junho.
O índice CSI Taojin Big Data 100, da Ant Financial Services Group, é o primeiro do tipo na China. Além de acompanhar atividades de comércio eletrônico, o índice combina os bancos de dados do Alibaba às suas aspirações de serviços financeiros.
Também nesta quinta-feira, o gerente-geral da divisão de finanças da Ant, Yuan Leiming, disse que o banco online MYbank será lançado em junho. O anúncio surge depois que o banco digital WeBank, da Tencent Holdings, arquirrival do Alibaba, começou operações em testes em janeiro de 2015.
O Alibaba e a afiliada Ant têm grandes ambições para serviços financeiros na China, que é tradicionalmente voltado para empresas maiores e estatais e negligencia indivíduos e empresas menores.
Para a família Ali, o lançamento do MYbank e do índice são passos rumo à construção de uma plataforma de finanças na Internet, que a Ant diz que abrirá serviços bancários, empréstimos e crédito, seguros, sistemas de pagamento e investimentos a novas camadas da sociedade chinesa.
Dona de sites como o AliExpress, a empresa foi fundada há 15 anos e supera a Amazon e o eBay em volume de vendas. Ganhou fama com o comércio virtual, mas também atua em outros negócios, como pagamento online.
Em setembro do ano passado, o Alibaba começou a vender suas ações na Bolsa de Nova York. Em sua oferta inicial de ações, a empresa chinesa levantou US$ 21,8 bilhões. O valor de mercado da empresa, que era de US$ 167 bilhões, subiu para US$ 230 bilhões.
"É o maior IPO do mundo e foi bom. Considerando a economia dos Estados Unidos e desse setor, foi uma boa estreia", disse na época o diretor-sócio da Global Financial Advisor.
A empresa decidiu listar suas ações em Nova York depois de representantes da bolsa de Hong Kong terem rejeitado seu pedido para permitir que um pequeno grupo de membros da companhia nomeasse a maioria do Conselho.
A Hong Kong Exchanges e Clearing, que opera a bolsa, tem uma política contra empresas com múltiplas classes de ações com diferentes direitos de voto, mas agora está considerando o afrouxamento dessas regras.
As ações começaram a ser vendidas por US$ 68. Os papéis fecharam o seu pregão de estreia com alta de 38,07%, vendidos a US$ 93,89.
Com a alta nas ações, o fundador do Alibaba, Jack Ma, se tornou o homem mais rico da China, segundo a revista "Forbes".
Nos 15 anos desde que o então professor de inglês Jack Ma fundou a empresa, em seu apartamento de um quarto, o Alibaba tornou-se responsável por quatro quintos de todo o comércio online realizado na China, a segunda maior economia do mundo. A empresa também se ramificou em áreas como pagamentos eletrônicos e investimento financeiro.
A complexa estrutura de governança do Alibaba e os investimentos externos de Ma levantaram questões sobre potenciais conflitos de interesse e sobre a capacidade dos investidores de influenciar a estratégia do Alibaba.
O Alibaba planeja expandir seus negócios nos Estados Unidos e na Europa após o negócio. Mas nos Estados Unidos, pelo menos, a companhia não é amplamente conhecida: uma pesquisa da Ipsos constatou que 88% dos norte-americanos não tinham ouvido falar da empresa.
Segundo o "The Wall Street Journal”, o volume atingido em 2013 em transações de sites do grupo chinês, US$ 240 bilhões, é mais que o dobro do total movimentado pela Amazon e o triplo do eBay. O grupo é responsável por 60% de todos os pacotes entregues na China, de acordo com a "The Economist".
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