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Nacional
Sexta - 10 de Abril de 2015 às 14:07

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Aos 16 anos, os irmãos gêmeos Daniel e Rafael Charles Heringer Gomes, deMogi das Cruzes, na Grande São Paulo, foram aceitos em duas universidades americanas. As admissões vieram da Faculdade de Artes e Ciências da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, e do Gordon College, em Massachusetts. No ano passado, os irmãos representaram o País na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica e na Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica.


Desde o ano passado, quando concluíram o ensino médio, os alunos já participavam do processo seletivo americano. “Nos Estados Unidos o aluno não é avaliado apenas por uma prova para ser aceito em uma universidade. É um processo diferenciado, envolve diversas redações e entrevistas. As instituições avaliam a vida acadêmica do estudante para aceitá-lo ou não”, detalhou Daniel.

A carta de admissão do Gordon College chegou em meados de fevereiro e a resposta da Universidade da Pensilvânia no último dia 31 de março. “Estamos muito felizes com as admissões. Sempre nos dedicamos muito aos estudos e isso é só o começo”, disse.

Os irmãos, que têm 16 anos, não pretendem ingressar no curso em uma das unidades americanas neste ano. "Para manter cada aluno, seria necessário um investimento de US$ 66 mil por ano. Com as admissões, conseguimos um percentual de bolsa, mas ainda teremos um custo alto.", disse Rafael. Atualmente, os gêmeos cursam Física na Universidade de São Paulo (USP).

"Estamos tentando ampliar a bolsa ou conseguir patrocínio para estudarmos ainda neste ano, mas se não for possível, tentaremos de novo no ano que vem. Ainda não estamos decididos", continua Daniel.

Os gêmeos estudaram em uma escola particular em Mogi das Cruzes desde crianças. “Fico muito orgulhosa porque eles chegaram na unidade ainda pequenos e, desde então, temos acompanhado o desenvolvimento dos irmãos que sempre apresentaram um desempenho muito positivo. São exemplos para os demais alunos. Torcemos muito por eles”, disse a diretora pedagógica Heloísa Melo.

Conquistas

Em agosto do ano passado, Daniel participou da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica, realizada na Romênia. A equipe brasileira competiu com dezenas de países e conseguiu o segundo lugar geral – que historicamente foi o melhor resultado do Brasil na competição. No dia 14 de outubro, ele também foi homenageado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, durante a abertura da 11ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SCNT 2014), em Brasília. Outros sete estudantes brasileiros foram homenageados na ocasião, por terem sido destaque em competições internacionais.

Já Rafael conquistou medalha de ouro na Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica, realizada no Uruguai. Ele foi o aluno com maior número de premiações na competição, que reuniu representantes de oito nações diferentes em 2014. Rafael fez parte da equipe de cinco estudantes brasileiros que participaram da Olimpíada. Ele ganhou a medalha de ouro pela classificação geral (que consiste na soma e percentual de todas as provas realizadas durante o evento) e também foi premiado por realizar a melhor prova teórica individual, melhor prova teórica coletiva e o melhor lançamento de foguete.

Além de Rafael, que representou Mogi das Cruzes, participaram da equipe os alunos Romero Moreira Silva (MG), Wagner Fonseca Rodrigues (MG), Carolina Lima Guimarães (ES) e Lucas Hagemaister (RS). Juntos, os cinco estudantes conquistaram três medalhas de ouro e duas de prata. Esse foi o melhor desempenho já registrado por uma única equipe em toda a história da competição.

A Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica foi realizada entre os dias 10 e 17 de outubro na cidade de Montevidéu. Os alunos realizaram uma prova teórica individual, uma prova teórica coletiva, um lançamento de foguetes e ainda duas provas observacionais. Os resultados foram divulgados no último dia do evento, quando os alunos receberam as premiações.

Orgulho da família

Os irmãos Daniel e Rafael nasceram na Filadélfia (EUA) e por serem filhos de brasileiros têm dupla nacionalidade. A família voltou para o Brasil quando eles tinham um ano e meio de idade. Assim que completaram 5 anos, se mudaram de São Paulo para Mogi das Cruzes. A mãe, Adriana Heringer Gomes, conta que por opção preferiu educá-los até esta idade em casa. “Sempre acreditei que crianças menores precisam mais dos pais do que da escola, independente do talento preferia ficar com eles em casa. Foi uma tentativa de gastar um tempo com eles em família”, conta ela.

Assim que eles nasceram, Adriana, que é professora, deixou o trabalho e dedicou 100% do tempo para os filhos. “Eles não fizeram educação infantil. Eu fazia brincadeiras onde envolvia o aprendizado. Eles eram muito curiosos e com 5 anos já sabiam ler, escrever, fazer contas de matemática, já sabiam várias coisas”, diz.

Foi aí que os meninos fizeram um teste de aptidão em uma escola particular de Mogi das Cruzes. Eles foram avaliados e aprovados para iniciar a vida escolar já na primeira série. “A gente ficou preocupado, procuramos saber se pular uma fase não iria prejudicá-los, mas eles começaram e foram muito bem, já tinham essa euforia por aprender e acabaram ficando adiantados”, relembra a mãe.

Como o interesse pela área de exatas começou mesmo desde pequenos, hoje eles já colecionam medalhas de todas as competições que participaram. “Eles sempre se destacaram nos estudos e é muito especial quando alcançam algo”, revela Adriana.





Fonte: G1

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