Juíza decreta preventiva de acusada de atirar no rosto em PM O caso ocorreu no último domingo, na casa da família do policial, no bairro Jardim Independência

A juíza Maria Aparecida Ferreira Fago, da 12ª Vara Criminal da Capital, decretou a prisão preventiva de Ellen Gonçalves Santana, de 34 anos, suspeita de ter atirado contra o namorado, o policial Alexssandro Moreira de Oliveira, de 39 anos. A ocorrência foi registrada no último domingo (5), no bairro Jardim Independência, em Cuiabá.

A juíza explicou sua decisão destacando que existem indícios suficientes que provam que Ellen é autora do crime, tendo em vista a sua confissão, a arma usada no crime, que foi localizada na sua bolsa, e os depoimentos dos policiais que atenderam a ocorrência.

“Nessas circunstâncias, a Justiça não pode cruzar os braços sem dar uma resposta, sob pena de desmoralização, desconfiança e insensibilidade de seus membros. Tampouco contribuir para o desassossego da população, já tão descrente da proteção dos homens. Deve, sim, o julgador, em casos tais, ser cauteloso e tomar enérgica providência para garantir a paz e dar o exemplo para que a criminalidade não aumente. De fato, a colocação da acusada em liberdade, como se nada houvesse ocorrido, depois da grave acusação que lhe é lançada, na interpretação do homem do povo, é um menosprezo ao direito e uma afronta à sociedade mato-grossense”, diz trecho da decisão.

Ainda de acordo com a juíza Maria Aparecida Fago, não existiam nos autos “documentos que atestem as atividades lícitas da acusada, sua residência fixa e condições pessoais que o favoreçam e garantam o comparecimento e atendimento aos chamados posteriores. Aliás, nem sequer cópias de seus documentos pessoais foram juntadas”.

Ellen Santana foi detida em flagrante e está presa na Penitenciaria feminina Ana Maria do Couto May, na Capital.

O advogado dela, Wandre Pinheiro de Andrade, disse ao MidiaNews que já enviou um pedido de revogação da prisão.

Segundo ele, o processo está no Ministério Público e deve ser reencaminhado para a juíza, na próxima semana.

De acordo com Andrade, Ellen alegou que o disparo foi acidental.

Ela relatou que estava dormindo, próximo à piscina da casa, quando o namorado a acordou com uma mordida no pé e a chamou para ir embora, o que a teria assustado.

Ellen afirmou que o policial era "apressado" e que, por isso, se levantou rápido para pegar a bolsa, onde tinha guardado a arma que pertencia a ele.

Ainda de acordo com ela, ao estender a mão para entregá-lo a pistola, teria ocorrido o disparo.

Inquérito

As circunstâncias do crime ainda não foram esclarecidas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que segue investigando o caso.

Na quinta-feira (9), o delegado Antônio Sperândio colheu depoimento da mãe e da irmã do policial.

O prazo para conclusão das investigações não foi informado.

Quadro médico
De acordo com o advogado do policial, Fábio Lessa, Alexssandro está bem. Ele já está acordado, mas segue na UTI do Hospital Jardim Cuiabá.

Ainda conforme Lessa, o policial passou por uma cirurgia na segunda-feira (6).

A ocorrência

Alexssandro, que faz parte da equipe de segurança do governador Pedro Taques (PDT), foi alvejado com um tiro no maxilar, na residência de sua mãe, no bairro Jardim Independência, em Cuiabá.

Conforme o boletim de ocorrência, policiais que faziam rondas pelo bairro se depararam com a mãe da vítima solicitando socorro.

Eles entraram na residência e viram o policial caído, em uma área externa, com um ferimento no rosto.

A vítima foi encaminhada para Hospital Jardim Cuiabá, onde segue internada.