Condenado no Mensalão depõe sobre Lava Jato
O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) embarcou em um voo para Curitiba (PR), no Aeroporto Internacional do Recife, na manhã desta segunda-feira (13). Condenado pelo processo do Mensalão do PT, Corrêa cumpria pena em regime semiaberto no Agreste de PE e é agora um dos alvos da 11ª fase da operação Lava Jato, deflagrada na sexta e voltada para crimes na Caixa Econômica Federal (CEF) e no Ministério da Saúde. O avião, que decolou por volta das 6h20, tem uma conexão no Rio de Janeiro e parte para Curitiba em seguida. Corrêa viaja sem algemas e acompanhado de três agentes da Polícia Federal (PF) de Pernambuco. O ex-deputado foi citado na Operação Lava Jato. Uma equipe da PF aguarda a chegada do avião em Curitiba.
O ex-deputado deixou o Centro de Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, por volta das 3h30, escoltado por policiais federais até o Aeroporto Internacional dos Guararapes. "Ele ficou em uma sala isolada no guichê da Polícia Federal no aeroporto e embarcou por volta das 5h40. No Rio de Janeiro, agentes da Polícia Federal de Curitiba devem acompanhá-lo até o Paraná", aponta o chefe de comunicação da PF-PE, Giovani Santoro.Corrêa embarcou pela porta traseira do avião, acompanhado pelos três agentes, antes dos outros passageiros. Chegando a Curitiba, ele vai ser encaminhado para a carceragem da PF, onde fica à disposição da Justiça. Ainda não há informações sobre quando ele deve depor.
No domingo (12), Corrêa tinha sido levado para o Centro de Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, onde chegou por volta das 17h. O político cumpria pena em regime semiaberto no Centro de Ressocialização do Agreste (CRA), em Canhotinho, Agreste de Pernambuco, de onde saiu na tarde do domingo, por volta das 14h30, em uma van escoltada por policiais.
Transferência
A transferência de Pedro Corrêa para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira (10).
Nas investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras, ele teve o nome citado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa,como recebedor de propina de R$ 5,3 milhões.
O pedido de transferência foi encaminhado ao ministro Luís Roberto Barroso, responsável pelas execuções penais do presos no processo do mensalão. No mandado de prisão preventiva – cujo prazo é indefinido e visa prevenir a ocorrência de novos crimes – o juiz Sergio Moro, responsável pelos processos relacionados à Operação Lava Jato no Paraná, autoriza o uso de algemas caso os policiais considerem necessário.
Pedro Corrêa foi condenado a 7 anos e 2 meses de prisão no processo do Mensalão por recebido dinheiro em troca de apoio político no Congresso ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele se entregou à PF em Brasília em dezembro de 2013 e transferido no mesmo mês para Recife. Em abril do ano passado, foi autorizado a trabalhar fora do presídio como médico, mas depois passou a trabalhar na cocheira no Centro de Ressocialização do Agreste, em Canhotinho, a 210 quilômetros do Recife.
No mês passado, o Fantástico mostrou que a cela do ex-deputado conta com banheiro individual, TV de tela plana, DVD, ventilador e fogão com botijão de gás. A defesa dele chegou a pedir redução da pena por trabalho e estudo, mas o juiz responsável pela execução da pena negou, apontando suspeitas sobre se realmente cumpriu as jornadas.
No caso da Lava Jato, Paulo Roberto Costa disse que dinheiro oriundo de propina foi repassado ao ex-deputado no primeiro semestre de 2010 para abastecer sua campanha eleitoral.
Quando as declarações de Costa se tornaram públicas, o advogado do ex-deputado, Clóvis Corrêa, disse que desconhecia o recebimento de qualquer quantia em dinheiro para o financiamento de campanha de seu cliente.
Nesta sexta, a PF disse que ele continuou recebendo uma espécie de "mesada" mesmo após ter tido o mandato cassado na Câmara dos Deputados em 2012. Alguns pagamentos, de acordo com a Polícia Federal, foram feitos pelo doleiro Alberto Youssef.
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