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Nacional
Terça - 14 de Abril de 2015 às 09:13

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Integrantes da Frente Nacional de Luta (FNL) e lideranças indígenas amanheceram acampados no gramado do Congresso Nacional, na área central de Brasília, nesta terça-feira (14) em protesto por reforma agrária e demarcação de terras indígenas e quilombolas. De acordo com a Polícia Militar, havia quase 2 mil militantes no local pouco antes das 7h.

Longas filas formadas por manifestantes para tomar café da manhã no gramado do Congresso Nacional (Foto: Isabella Calzolari/G1)Longas filas formadas por manifestantes para tomar café da manhã no gramado do Congresso Nacional (Foto: Isabella Calzolari/G1)

O ato é considerado pacífico. Os manifestantes estão acomodados no gramado atrás da Alameda dos Estados. Pedaços de bambu foram usados para a montagem de tendas. No início da manhã, eles fizeram longas filas para pegar pães para tomar café da manhã.

Alguns manifestantes seguravam faixas com críticas ao governo. Uma delas tem os dizeres "Dilma, o dinheiro roubado da Petrobras é suficiente para fazer reforma agrária no Brasil".

Grupo acampado no gramado do Congresso Nacional em protesto por reforma agrária e demarcação de terras indígenas (Foto: TV Globo/Reprodução)Grupo acampado no gramado do Congresso Nacional em protesto por reforma agrária e demarcação de terras indígenas (Foto: TV Globo/Reprodução)

Nesta segunda, membros da FNL fecharam três faixas do Eixo Monumental em marcha entre o Ginásio Nilson Nelson e o Congresso. O grupo já havia se pronunciado a favor das questões indígenas, se dizendo contra o projeto de lei que transfere o poder dessa demarcação do Executivo para o Legislativo.

Coordenador do movimento, José Rainha falou que o grupo pretende permanecer "hospedado" no local nos próximos dias. "Vamos acampar no gramado enquanto conversamos com o governo federal. Vamos nos reunir com os ministérios do Desenvolvimento Agrário, da Ciência e Tecnologia e da Educação." Apesar das pautas, o grupo afirmou que não tem reuniões marcadas com as pastas.

Após bloquear duas faixas do Eixo Monumental em protesto em Brasília, integrantes da Frente Nacional de Luta (FNL), vindos de Goiás, São Paulo e alguns do DF montam no gramado do Congresso Nacional um barraco como os construídos em seus acampamentos (Foto: André Corrêa/Agência Senado)Após bloquear duas faixas do Eixo Monumental em protesto em Brasília, integrantes da Frente Nacional de Luta (FNL), vindos de Goiás, São Paulo e alguns do DF montam no gramado do Congresso Nacional um barraco como os construídos em seus acampamentos (Foto: André Corrêa/Agência Senado)

Um dos dirigentes nacionais da FNL e presidente da Confederação Nacional da Agricultura Familiar do Brasil, Carlos Lopes, disse que o grupo não tem filiações políticas e cobra uma postura mais firme do governo federal. "Não aceitaremos mais o descaso do governo para com essa área. Estamos aqui de forma apartidária. Neste início do segundo governo, a Dilma não sinaliza ações positivas. O primeiro também teve resultados negativos."

O agricultor Benjamin José da Silva, de 72 anos, mora há três meses no acampamento Nelson Mandela, em São João da Aliança, em Goiás, e participou do ato. "Trabalhava na lavoura dos outros. Aí agora trabalho no assentamento. Quero uma terra para mim. É a primeira vez que participo de um movimento social, acho que podemos pressionar o governo."

O manifestante André Porfírio, de 25 anos, trabalha como vigia em Alto Paraíso de Goiás e mora no acampamento Dorcelina Forlador. Ele disse que participa do movimento porque quer viver no campo.

"Já tenho a minha horta no meu barraco e quero sair da cidade para a terra. Precisamos de melhores condições, a vida é muito difícil lá. Meu filho [de 5 anos] estuda, mas é complicada a situação", afirmou.

Primeiro dia
O grupo esteve nesta segunda na sede de alguns ministérios para tentar as reuniões. Segundo a coordenação da FNL, na pauta de pedidos para o Planejamento estão a apresentação do orçamento do Incra para 2015, o aumento de recursos para a compra de terras da reforma agrária, a criação de um grupo de trabalho, o aumento de 175% nos salários de servidores do Incra, a abertura de um concurso público e a abertura de uma ouvidoria sobre a dívida pública.

Policiais militares observam manifestantes da Frente Nacional de Luta em frente a ministério (Foto: Luciana Amaral/G1)Policiais militares observam manifestantes da Frente Nacional de Luta em frente a ministério (Foto: Luciana Amaral/G1)

Segundo o Ministério do Planejamento, uma comissão formada por cinco integrantes do grupo foi recebida. O governo descartou aumentar em 175% a remuneração de servidores do Incra. “Os índices de reajuste dos servidores públicos serão discutidos na Mesa de Negociação que será iniciada em breve com as lideranças sindicais.”

“A questão orçamentária e a abertura de concurso estão no bojo das definições em curso neste momento que antecede a sanção da Lei Orçamentária Anual e a edição, logo em seguida, do Decreto de Programação Orçamentária”, diz a nota enviada pela pasta.

O ministério também informou que está aberta à participação no “Grupo de Trabalho” no diálogo com as lideranças do movimento, mas “orientou que o tema seja tratado com a Secretaria Geral da Presidência da República e com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)”.





Fonte: Do G1

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