O prefeito de Alto Boa Vista, a 1.064 quilômetros de Cuiabá, Wanderley Perin, foi afastado do cargo durante sessão da Câmara de Vereadores do município na noite desta segunda-feira (17). Seis dos nove vereadores votaram a favor do afastamento de Perin pelo período de 90 dias, até a conclusão do relatório da Comissão Processante que apura denúncia de que ele teria matado e vendido vacas que pertenciam a uma escola agrícola de Alto Boa Vista.
Perin disse ao G1 que já ingressou com um mandado de segurança para tentar retornar às funções. Para ele, a decisão da Câmara não possui amparo legal. "Eles [vereadores] decidiram pelo afastamento sem documentos legais e provas. Além disso, não ouviram a minha defesa. Nem cheguei a ser convocado para me defender", declarou.
De acordo com o presidente do Legislativo, Juarez Lopes, há indícios de que o prefeito tenha cometido improbidade administrativa e quebra de decoro. "Ele [Perin] matou uma vaca e vendeu bezerros sem autorização da Câmara", disse o parlamentar. Ele explicou que há uma lei municipal que prevê a venda de animais do colégio agrícola, mas com a condição de que o dinheiro seja destinado para a compra de madeira e arame para cercar a instituição.
Segundo Lopes, há suspeita de que o prefeito tenha ficado com o dinheiro da venda. "Conforme depoimentos dos denunciantes, ele recebeu o dinheiro na prefeitura. O prefeito deve ter ficado com o dinheiro porque o valor não foi depositado em nenhuma conta bancária da prefeitura", pontou o presidente da Câmara. O parlamentar afirmou que existe um inquérito policial em tramitação contra o prefeito por causa da suposta venda do gado.
Ele contou que foram vendidos oito animais. "Os denunciantes falaram que dois animais eram dele, mas temos que apurar isso, porque não se pode criar animais de propriedade particular na área do colégio", frisou. Com o afastamento temporário de Perin, o vice-prefeito Osvaldo Alevino (PP) deve assumir o cargo. Cabe recurso da decisão da Câmara que o afastou.
Perin assumiu a prefeitura em junho do ano passado após a cassação do então prefeito Aldecides Milhomen (DEM) por suposta compra de votos na eleição de 2008.
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