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Nacional
Quinta - 23 de Abril de 2015 às 09:57

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A Justiça Federal condenou o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa por pertencer a organização criminosa e por lavagem de dinheiro – crimes ligados a desvios de recursos na construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Costa já está em prisão domiciliar no Rio de Janeiro e foi agora condenado a sete anos e seis meses.

O doleiro Alberto Youssef, apontado pela Polícia Federal como um dos operadores do esquema, e outros seis réus no processo que envolve a refinaria Abreu e Lima também foram condenados. Todas as sentenças foram em primeira instância e cabe recurso, de acordo com a Justiça.

Do total da condenação de Costa, publicada nesta quarta-feira (22), será descontado o período em que ele ficou preso na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba, e em regime domiciliar no RJ, segundo a Justiça. Costa cumpre prisão em casa desde outubro de 2014.

Ainda conforme a decisão, ele continuará a cumprir prisão domiciliar até 1º de outubro de 2016 com uso de uma tornozeleira eletrônica. Depois disso, Costa passará a cumprir pena em regime aberto em condições "a serem oportunamente fixadas e sensíveis às questões de segurança", relatou o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela condenação.

Sobre a lavagem de dinheiro, o juiz destacou no despacho, publicado nesta quarta-feira (22), que as provas reunidas contra Costa, inclusive por sua própria confissão, indicam que ele passou a dedicar-se à prática do crime visando seu próprio enriquecimento ilícito de terceiros.

No despacho, o juiz também condenou Márcio Andrade Bonilho e Waldomiro de Oliveira, do Grupo Sanko Sider, pelo crime de pertinência a organização criminosa envolvendo a mesma refinaria. Esdra de Arantes Ferreira, Leandro Meirelles, Leonardo Meirelles e Pedro Argese Junior, além do próprio Bonilho, também foram condenados por vinte crimes de lavagem de dinheiro.

O juiz ainda condenou o doleiro Alberto Youssef, que cumpre prisão na carceragem em Curitiba, pela prática de lavagem de dinheiro.

"Alberto Youssef é reincidente, mas o fato será valorado como circunstância agravante. As provas colacionadas neste mesmo feito, inclusive por sua confissão, indicam que passou a dedicar-se à prática profissional de crimes de lavagem, o que deve ser valorado negativamente a titulo de personalidade", disse Moro.

O doleiro foi condenado por essa e outras práticas envolvendo lavagem de dinheiro por nove anos e dois meses de reclusão. Por conta da delação, o juiz destacou que o doleiro deverá cumprir três anos da pena em regime fechado mesmo que seja condenado por outros crimes.

Nos dois casos, se Costa ou Youssef descumprirem o acordo de delação, as penas podem ser alteradas, segundo o juiz. "Caso haja descumprimento ou que seja descoberto que a colaboração não foi verdadeira, poderá haver regressão de regime e o benefício não será estendido a outras eventuais condenações", explicou Moro.

Como funcionava o esquemade lavagem de dinheiro

Segundo Sérgio Moro, o grupo condenado pelo crime de lavagem funcionada da seguinte forma: Youssef era responsável pela estruturação das operações contando com os serviços de auxílio de Márcio Bonilho, Waldomiro de OLiveira, Leonardo Meirelles, Leandro Meirelles, e Pedro Argese.

"Leonardo Meirelles tinha ascendência na estrutura do subgrupo por ele formado com Esdra de Arantes Ferreira, Leandro Meirelles, e Pedro Argese. Já Costa, era o agente público na Petrobras necessário para viabilizar a obtenção dos recursos junto às empreiteiras contratantes", explicou Moro.





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