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Polícia Brasil
Segunda - 17 de Setembro de 2012 às 20:34
Por: Felipe Santos

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Reprodução/TV Tribuna
Adolescente diz em diário que relacionamento com a madrasta era ruim
Adolescente diz em diário que relacionamento com a madrasta era ruim
O corpo da adolescente Jaciene Ianca Faria dos Santos, de 16 anos, morta no último sábado (15) em São Vicente, no litoral de São Paulo, chegou por volta das 18h desta segunda-feira (17) em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O velório será na Funerária Paz Universal e o sepultamento da jovem será nesta terça-feira (18), no cemitério Bom Pastor. Segundo parentes da jovem, o horário ainda não foi definido.

A tia da adolescente, Elizabeth da Silva, que foi até o IML de Santos para buscar o corpo da sobrinha, disse que a família não tinha conhecimento da relação entre a jovem e a madrasta. O diário foi encontrado na noite do crime, quando uma criança começou a mexer no quarto. “Depois de tudo acontecer que a agenda apareceu, quando a irmã menor da Jaciene mexeu no guarda-roupa. Foi a única coisa dela que sobrou em Uberlândia”, revelou a tia.

Em entrevista ao G1, Elizabeth não soube dizer qual seria o motivo que fez com que a adolescente, mesmo enfrentando problemas com a madrasta, continuasse morando com ela, mas desconfia que a jovem tenha sido enganada e, depois, ameaçada. “Minha sobrinha foi para lá no dia 15 de maio. A madrasta falou que o pai dela estava lá quando, na verdade, ele estava preso. Ela foi para o aniversário do irmão e não voltou. Não sabemos o por quê de ela ter continuado morando lá, mas possivelmente foi iludida e depois ameaçada”, comentou.

A tia de Jaciene revelou ainda que os parentes da vítima chegaram a procurar o Conselho Tutelar para tentar trazê-la de volta. No entanto, como eles não tinham o endereço da jovem, o problema não foi resolvido. “Em momento nenhum ela deixou endereço e sem ele não tinha como o Conselho Tutelar nos ajudar. O telefone dela também não funcionava lá”, revelou.

O operador de máquina e amigo da família, Vanderlei Correa de Barros, afirmou que a vítima conviveu com ele e com os filhos durante muito tempo. Ele ainda que espera a resolução do caso. “Ela conviveu muito com nossa família, viajava junto com a gente. Agora vamos ver se tudo se resolve. Essa situação dela com a madrasta é muito complicada”, lamentou.

O caso
O crime aconteceu na manhã de sábado na casa da vítima. Segundo a madrasta, assaltantes invadiram a casa e mataram a jovem. Porém, a polícia não acredita nessa versão. “Não há indícios de que seja um roubo porque a maneira que ela foi brutalizada indica vingança, um estado emocional muito alterado. Ela levou várias facadas, fio de ferro amarrado no pescoço. A situação em que o corpo foi encontrado denota que houve um estado emocional muito alterado de quem cometeu o crime”, disse o delegado Juvenal Marques Ferreira Filho.

De acordo com a polícia, a madrasta é a principal suspeita e está presa na cadeia feminina, anexa ao 2º DP de São Vicente. A perícia apreendeu a faca usada no crime, que já havia sido lavada e roupas sujas de sangue guardadas no armário da casa.

A tia da adolescente, Elizabeth da Silva, foi até o IML de Santos para buscar o corpo da sobrinha. A família, que mora em Uberlândia, está inconformada com o que aconteceu e quer justiça. "Eu só sei que eu quero justiça. Quem fez isso com a minha sobrinha? Tem que ter justiça para isso, a pessoa tem que pagar. A gente está sem saber o que aconteceu. A gente tem que correr atrás e a investigação vai descobrir o que realmente aconteceu", disse a tia.

A menina foi para São Vicente à pedido da madrasta para ajudar a cuidar dos dois irmãos. De acordo com informações de amigos da jovem, o pai de Jaciene está preso há seis meses. Ainda segundo amigos, a adolescente iria somente para um aniversário, mas ficou na cidade e largou o emprego e a escola em Uberlândia.

Nesta segunda-feira (17) será apresentado à polícia o laudo do IML sobre os ferimentos sofridos pela jovem. As informações podem confirmar se a madrasta tem relação com o assassinato.

Relacionamento com a madrasta

No diário encontrado em um guarda-roupa na casa da menina na cidade mineira, Jaciene Ianca Faria dos Santos, de 16 anos, fala sobre o relacionamento com a madrasta. “Eu não sei, mas acho que Luciana, desde o primeiro dia que ela me viu, nunca gostou de mim e nunca vai gostar, por isso que eu odeio ter madrasta, mas fazer o que, quem escolheu foi meu pai.

Mesmo assim eu amo ele. Mas a Luciana não dá, parece que ela quer me matar ou me xingar, mas como ela é, ela só quer fazer tudo para o meu pai. Ela quer ele só para ela.” Em outro trecho, ela pede para que, se ela morrer, o diário seja entregue ao pai dela como lembrança. As anotações foram feitas antes da jovem morar com a suspeita, quando ela apenas vinha ao litoral para passar as férias ao lado do pai.

A polícia não teve acesso ao diário da jovem, já que a tia levou o caderno de volta para Minas Gerais.






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