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Quinta - 23 de Abril de 2015 às 18:25

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Foto: Marcos Lopes/ALMT

Gerenciadora ganhou R$ 47 mi para atender interesse do governo em ser omisso nas obras do VLT, diz deputado

O consórcio Planservi-Sondotécnica, que gerencia as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande, atendia aos interesses do Governo do Estado e permitiu que a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) fosse omissa com relação aos problemas e atrasos nas obras do modal. A afirmação é do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as obras da Copa na capital, deputado estadual Oscar Bezerra (PSB), e foi feita em entrevista após o depoimento do representante da gerenciadora, o engenheiro Valter Boulos, na quarta-feira (22).


“No início da fala, Valter Boulos foi muito categórico em dizer que a empresa dele atende aos interesses do cliente. E o cliente dele é justamente o que ele estava apontando irregularidades. Havia uma conveniência nesse sentido. Ele avalizou 100% das obras medidas e pagas, sendo que o relatório deles aponta que o pilar daquele viaduto do aeroporto foi construído torto. Como é que pode ele avalizar e receber um negócio que está torto? Tem muito contrassenso aí”, afirmou Oscar.

Questionado qual seria o interesse do governo, se era de que a obra não parasse e não viessem à tona as irregularidades encontradas, o deputado confirmou. “Com certeza. Isso ficou muito evidenciado no depoimento. De que ele realmente estava cumprindo uma missão ali, e obviamente se isentando com relatório. O relatório isenta boa parte da Planservi, porque a empresa foi contratada para fazer os apontamentos e o fez. O governo é que na realidade foi omisso com todos os processos. Essa é a questão. Foram gastos R$ 47 milhões do dinheiro público para que então? Só para ser notificado?”, observou.

Para Oscar Bezerra, a contratação da Planservi, foi no mínimo, sem utilidade para a obra do VLT, já que continua inacabada e com problemas técnicos em diversos pontos. “Recebe-se R$ 1,74 milhão por mês para notificar todas as irregularidades, mas nenhum resultado de fato acontece com a contratação dessa empresa. Qual é o objetivo então de ter contratado a Planservi? Para fazer relatório e não ser respeitado e colocado em prática os apontamentos não justifica. É muito cômodo ele dizer que não podia obrigar o governo a cumprir”, sentenciou.

Em seu depoimento, Valter Boulos isentou a gerenciadora Planservi-Sondotécnica de qualquer responsabilidade sobre os problemas e atrasos encontrados nas obras do modal. Ele afirmou que, ao longo do contrato, foram feitas cerca de 570 notificações chamadas IP (Identificação de Problemas) para que o consórcio VLT Cuiabá corrigisse problemas na obra. De acordo com o engenheiro, todas as falhas apontadas foram corrigidas.




Fonte: Olhar Direto

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