Mercedes-Benz recua em demissão de 500 no ABC, diz sindicato
Uma nova proposta da Mercedes-Benz que cancela a demissão de 500 funcionários, anunciada em 17 de abril, encerrou a greve na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), informou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC nesta segunda-feira (27).
O G1 questionou a empresa sobre o anúncio feito pelo sindicado, mas Mercedes-Benz ainda não se posicionou oficialmente.
De acordo com a entidade, a fabricante vai ampliar a suspensão de contratos até 15 de junho e abrir um novo Programa de Demissões Voluntárias (PDV). A empresa diz que há um excedente de 1.200 trabalhadores, além dos 750 que estão em lay-off.
Uma nova reunião será feita em 18 de maio para avaliar os números do PDV. "Se o resultado reduzir e der conta de administrar o excedente, estará resolvido. Se não, haverá nova negociação e a mobilização será retomada com a mesma força e garra”, explicou em nota o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.
Desde a última quarta-feira (22), trabalhadores estavam em greve por tempo indeterminado e montaram "acampamento" na entrada da fábrica, após anúncio de que 500 dos 750 funcionários que estão com contratos suspensos seriam demitidos em 4 de maio.
A empresa, que produz ônibus e caminhões no local, justificou o ajuste pela queda nas vendas. "Diante de um cenário de ociosidade produtiva superior a 40% na fábrica de São Bernardo do Campo, a Mercedes-Benz precisa adotar novas medidas e soluções mais definitivas para continuar a gerenciar o excedente de pessoas na fábrica", afirmou a fabricante em nota.
Conforme dados da associação de fabricantes (Anfavea), foram vendidos 19,3 mil caminhões no primeiro trimestre - uma baixa de 36% em relação ao mesmo período de 2014. A produção recuou 49%. Já os licenciamentos de ônibus recuaram 24,8% no primeiro trimestre. A produção acompanhou o declínio com 17,7%.
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