Fazer autoafirmações positivas impulsiona desempenho e acalma tensão, diz estudo Escrever ou pensar sobre as melhores habilidades é indicado para um profissional que for passar por uma avaliação de desempenho, segundo experimento dos Estados Unidos

Pesquisadores da Sociedade de Psicologia e da Personalidade, dos Estados Unidos, conduziram três experimentos para medir desempenho de pessoas em situações de alta pressão. Uma das conclusões do estudo é que o ato de fazer autoafirmações positivas ajuda diminuir a tensão e melhora o desempenho profissional. 

“Você deveria refletir em coisas que você sabe e que são boas sobre você”, diz Sonia Kang, uma das autoras da pesquisa e professora da Universidade de Toronto. “Todos têm potencial para fazer bem. É a maneira com a qual você responde sob pressão que faz toda a diferença”, completa a pesquisadora.

Outro dado do experimento é que participantes em uma posição de maior poder tendiam a se desempenhar de forma melhor sob pressão, enquanto aqueles com menos poder, tinham o pior resultado.

Autoafirmações, por outro lado, ajudaram a igualar o campo de batalha e efetivamente reduziram as diferenças de poder.


No primeiro experimento, 134 participantes (60% de mulheres) foram divididos em duplas de pessoas do mesmo sexo para representar um recrutador ou candidato a emprego em uma negociação competitiva envolvendo a definição de salário, férias e outros benefícios trabalhistas.

Para aumentar a pressão, foi informado a metade dos pares que a negociação seria avaliada. Ao restante foi dito que o exercício iria ensiná-los conceitos de negociação, mas que isso não era um indicador preciso de suas habilidades.

Candidatos ao emprego, que tinham um posição com menor poder, se desempenharam significativamente pior nas situações com maior pressão. Recrutadores, que tinham um papel de maior poder, se desempenharam melhor quando pressionados porque as suas expectativas iniciais para o sucesso foram ampliadas, informou Kang.

Em um segundo experimento, 60 estudantes de MBA homens foram divididos em pares como o vendedor e comprador de uma fábrica de biotecnologia. Os vendedores, que estavam em uma posição de poder, foram mais assertivos sob pressão e negociaram um preço maior de venda, enquanto os compradores tiveram pior desempenho quando pressionados.

O experimento final usou o mesmo exercício da fábrica de biotecnologia com 88 estudantes de MBA (33 pares de homens e 11 de mulheres), mas todos os participantes foram informados de que o exercício iria medir suas habilidades de negociação.

Antes da negociação, metade dos participantes escreveu por cinco minutos sobre sua habilidade em negociação mais importante, enquanto a outra metade escreveu sobre a capacidade menos importante.

Os compradores que fizeram a autoafirmações positivas se desempenharam significativamente melhor ao negociar um preço menor de compra, efetivamente reduzindo as diferenças de poder entre o comprador e vendedor.

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Escrever ou pensar sobre a própria família ou outras características positivas que não estão associadas com a situação de alto risco também podem aumentar a confiança e desempenho

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Se autoafirmar por meio da escrita pode ser mais efetivo do que apenas pensar, mas os dois métodos podem ajudar, segundo Sonia Kang.

O estudo leva a crer que é indicado escrever ou pensar sobre as melhores habilidades é indicado para um profissional que for passar por uma avaliação de desempenho no trabalho ou mesmo durante os estudos.

Escrever ou pensar sobre a própria família ou outras características positivas que não estão associadas com a situação de alto risco também podem aumentar a confiança e o desempenho.

“Em qualquer momento que tiver baixas expectativas sobre sua performance, você tende a afundar e ter um resultado ruim”, explica Kang, que conclui: “Autoafirmação é um meio de neutralizar essa ameaça”.