Irmão de menino morto com sorvete revê pai
Após cinco meses, Francileudo Bezerra se encontrou com o filho mais novo nesta terça-feira (28). Ele foi resgatar o filho no Recife, capital pernambucana, onde a criança de seis anos morava com a mãe, Cristiane Coelho e voltou a Fortaleza na noite de terça. Cristiane Coelho foi apontada como suspeita de matar o filho mais velho, de nove anos, Lewdo Bezerra.
"Achei que ele não fosse me reconhecer, mas demos um forte abraço, nós choramos. Foi um abraço que traduziu toda a situação ruim que aconteceu e a felicidade do reencontro", afirmou.
"Estou organizando o quarto dele e comprando os brinquedos que ele gosta. Ele vai ficar comigo, com meu pai e minha, na casa da família", conta Francileudo, em entrevista ao G1.
Mãe suspeita
Cristiane Coelho que foi indiciada nesta segunda-feira (27) pelo homicídio do filho Lewdo Bezerra, de 9 anos, e por tentar matar o ex-marido, Francileudo Bezerra, não está mais residindo no endereço em que morava localizado no Bairro do Recife, na cidade do Recife, em Pernambuco.
De acordo com policiais da capital pernambucana, ela foi vista no último dia 12 de abril com malas deixando o local. Ela teria viajado para outra cidade no estado.
O delegado da Polícia Civil Wilder Brito Sobreira, do 16º Distrito Policial, que acompanha o caso, disse que desconhece o lugar exato em que Cristiane Coelho está morando, mas sabe em que cidade ela está. “Soube da saída de Cristiane, mas não sei onde ela se encontra no momento. A polícia investiga. A polícia está realizando o mapeamento. É o que eu posso afirmar”, diz Wilder Brito.
Indiciamento
Cristiane Coelho foi indiciada nesta segunda-feira pelo homicídio qualificado do filho e tentativa de homicídio do ex-marido. O relatório do inquérito do caso foi entregue ao Ministério Público do Ceará na manhã desta segunda. Após mais de cinco meses de investigação, a polícia concluiu que Cristiane envenenou o filho mais velho e o ex-marido com “chumbinho”. O crime aconteceu em novembro de 2014.
O relatório tem 119 páginas. Entre os agravantes do crime estão motivo torpe, com emprego de veneno, com recurso que torna impossível a defesa, além de a vítima ser criança e filho de Cristiane.
Na madrugada de 11 de novembro de 2014, o subtenente do Exército Francileudo Bezerra e seu filho Lewdo Bezerra ingeriram veneno para rato conhecido como "chumbinho". O pai ficou em coma por uma semana e se recuperou. O militar chegou a ser apontado como suspeito de homicídio, porque no primeiro depoimento a mulher, Cristiane, contou à polícia que ele tinha matado o filho com tranquilizantes e tentado se matar, além de agredi-la.
“Estou indiciando a Cristiane por tentativa de homicídio e homicídio triplamente qualificado. A pena é de mais de 30 anos se ela for condenada”, diz o delegado. No inquérito, o policial pede também que a Justiça decrete a prisão preventiva de Renata Coelho. “A Cristiane estava no Recife, na casa da mãe. Tivemos a informação de que ela deixou a casa e está com o pai, um policial aposentado. Vamos pedir que a juíza [Cristiane Magalhães Cabral, da 1ª Vara do Júri] decrete a prisão itinerante da Cristiane”, explica. Ele também desindicia – tira da condição de suspeito –, o pai do garoto, Francileudo Bezerra.
O crime
Na madrugada de 11 de novembro de 2014, o subtenente do Exército Francileudo Bezerra e seu filho Lewdo Bezerra ingeriram veneno para rato conhecido como “chumbinho”. A substância foi encontrada na pia da cozinha da casa do casal. O pai ficou internado durante 32 dias no Hospital Geral do Exército, em Fortaleza, dos quais em coma por uma semana, e se recuperou.
O militar chegou a ser apontado como suspeito de homicídio, porque no primeiro depoimento a mulher, Cristiane, contou à polícia que ele tinha matado o filho com tranquilizantes e tentado se matar, além de agredi-la. “A Cristiane, que dizia ter sido espancada pelo marido, matou o filho envenenado fazendo uso de sorvete de morango. Não há mais dúvida”, afirmou o delegado.
Cabe agora ao promotor de Justiça Humberto Ibiapina apresentar, ou não, a denúncia crime contra Cristiane Coelho à juíza Cristiane Magalhães Cabral, titular da 1ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. “Esperamos embarcar para Recife ainda esta semana para cumprir essa medida [prisão de Cristiane] necessária à instrução criminal.”
Wilder Brito também pediu que a Infraero e Polícia Federal sejam informadas do indiciamento de Cristiane Coelho, para que ela não consiga sair do País. “Existe a possibilidade de o cunhado de Cristiane dar guarida a ela na China”, diz. A irmã de Cristiane e o cunhado moram no país asiático e, de acordo com as investigações, sugeriram que ela fosse passar algum tempo com eles.
Motivação
A motivação do crime, de acordo com as investigações, seria um seguro do Exército de cerca de R$ 150 mil, os soldos do militar e um outro seguro que o subtenente havia feito em nome do filho mais velho. “Ela era a principal beneficiária. O pessoal do Exército, os militares, têm um seguro e ela seria a principal beneficiária. Além disso, além do seguro, ela seria pensionista do Exército, ela não precisaria trabalhar, todo mês o dinheiro ia cair na conta dela”, disse Francileudo Bezerra, em entrevista.
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