![Os corpos dos trabalhadores assassinados foram encontrados espalhados em fazenda (Foto: Arquivo Pessoal) Os corpos dos trabalhadores assassinados foram encontrados espalhados em fazenda (Foto: Arquivo Pessoal)](http://s2.glbimg.com/o-tBTra83Ks-3r_UASM5xHlgaMlEvnD93YPHcBLRyX1Ioz-HdGixxa_8qOZvMp3w/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2012/09/16/morte_porto_espiridiao_620.jpg)
Corpos dos trabalhadores assassinados foram encontrados espalhados em fazenda (Foto: Arquivo Pessoal)
Clima de tensão e medo é o que o pecuarista Geraldo Pilate Alba, de 50 anos, denuncia estar vivenciando em sua fazenda, no distrito de Vila Cardoso, em Porto Esperidião, distante 358 quilômetros de Cuiabá. A área fica a 120 quilômetros da fronteira com a Bolívia e ele alega estar sofrendo constantes ameaças para deixar a área. A fazenda foi herdada dos pais há mais de 40 anos e faz divisa com uma área de grilagem. “Estamos sendo coagidos, ameaçados e sofrendo violência. Os crimes estão se intensificando, é desesperador”, relatou ao G1.
Na última sexta-feira (14), três dos cinco homens contratados pelo pecuarista para reformar a casa sede da fazenda foram assassinados a tiros enquanto trabalhavam. Dois conseguiram fugir dos disparos e sobreviveram à chacina. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso, mas até o momento não há identificação de suspeitos envolvidos no crime.
Para Geraldo Pilate, o caso se torna mais agravante porque a reforma feita no local ocorre após um incêndio criminoso em 2011 que destruiu a casa, alojamento dos funcionários, dois barracões, um galpão e todo o maquinário. “É uma lei de sobrevivência. Nos deparamos todos os dias com a criminalidade. Fui tentar retornar para o meu lar e já sofri uma retaliação por isso. Os avisos vieram antes e não pude fazer nada”, frisou.
Ocorre que, há algumas semanas, relatou o pecuarista, a porteira da fazenda dele, como também de outros produtores da Vila Cardoso, amanheceram com desenhos de cruzes, codinomes de traficantes, anúncios falsos em placas e cartazes de que a área estaria vazia.
Isso para ele, nada mais é que “uma pressão para que os fazendeiros abandonem suas habitações para que elas sejam invadidas”. Há dois anos, o pecuarista também teve a casa invadida e foi sequestrado. Levaram seu carro, R$ 5 mil e duas armas. Ele foi deixado a 15 quilômetros da fazenda
Geraldo Pilate Alba chegou a encaminhar uma carta a várias instituições, autoridades e políticos, onde fez um apelo para que "a região fosse mais bem amparada pelo lugar já ser considerado rota para o tráfico de drogas e armas”.
Por conta do incêndio, a família está morando em Cuiabá e o pecuarista garante que pretende voltar para Porto Esperidião. Todos os casos de ataques estão sendo investigados em inquéritos abertos pela Polícia Civil, mas não há suspeitos presos. O inquérito que apura o incêndio criminoso foi encaminhado para o Ministério Público Estadual e aguarda para ser oferecida ou não denúncia.
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