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Internacional
Sábado - 02 de Maio de 2015 às 07:39

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(Foto: Menahem Kahana/AFP)
Família nepalesa é vista em tenda improvisada após sua casa ser destruída por terremoto em Katmandu, no Nepal
Família nepalesa é vista em tenda improvisada após sua casa ser destruída por terremoto em Katmandu, no Nepal

Sobreviventes das regiões mais remotas do Nepal afetadas pelo terremoto que devastou o país há uma semana reivindicam com urgência barracas para se refugiarem depois de suas casas terem sido destruídas ou parcialmente danificadas. O tremor deixou mais de 6,6 mil mortos e 14 mil feridos, segundo balanço das autoridades locais.

O governo do Nepal lançou um site no qual representantes de regiões atingidas pelo terremoto indicam a situação geral do local onde estão e enumeram suas principais necessidades. Um item se repete com frequência ao longo das listas: as barracas.

"Precisamos de umas 5 mil barracas. Mais de 6 mil famílias perderam suas casas e ainda não receberam ajuda. Construímos estruturas temporárias para eles se protegerem com o que pudemos, mas as barracas estão fazendo falta", afirmou neste sábado à Agência Efe um porta-voz da organização "Teach for Nepal".

Membros da ONG buscam ajuda para os moradores do distrito de Sindhupalchowk, ao norte de Katmandu, apesar de saberem que será difícil arrumar barracas, desejo de grande parte do país.

Além dos integrantes da "Teach for Nepal", outros 150 representantes das regiões mais remotas do país escreveram suas reivindicações no portal do governo.

Um deles é Rajeev Goyal, um americano de origem indiana que trabalha em uma organização ambiental no distrito de Kavre, ao leste de Katmandu, que se uniu a um grupo de voluntários estrangeiros para prestar auxílio à população da região.

"O que precisamos de maneira mais urgente são barracas. Cerca de 150 mil pessoas perderam seus lares no distrito. Vi até 30 pessoas dormindo em pequenas barracas", explicou Goyal à Efe, revelando que ele mesmo perdeu sua casa no terremoto.

A subsecretária-geral para Assuntos Humanitários e Operações de Emergência da ONU, Valerie Amos, disse ontem que a "maior urgência" das vítimas da tragédia é ter algum tipo de refúgio.

Sobreviventes do terremoto no Nepal carregam suprimentos enviados pelo Exército indiano perto de Sirdibas neste sábado (2) (Foto: Athit Perawongmetha/Reuters)Sobreviventes do terremoto no Nepal carregam suprimentos enviados pelo Exército indiano perto de Sirdibas neste sábado (2) (Foto: Athit Perawongmetha/Reuters)

Doenças
A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou neste sábado que pelo menos 95% dos centros de saúde do Nepal ficaram muito danificados ou totalmente destruídos após o terremoto que devastou o país asiático há semana, inutilizando também 30% dos grandes hospitais.

O coordenador das equipes médicas estrangeiras da OMS no Nepal, Ian Norton, afirmou à Agência Efe que há diferentes organizações chegando às regiões mais atingidas pelo tremor em Dhunche, vilarejo próximo à capital Katmandu. Pelo menos 20 toneladas de equipamentos estão sendo transportados ao local para montar um hospital improvisado.

"Dos 12 hospitais do distrito, os principais, três estão destruídos e um foi muito danificado, praticamente inutilizado", indicou Norton, acrescentando que há equipes suficientes de médicos estrangeiros no país - entre 70 e 80 - já trabalhando no atendimento aos nepaleses.

No entanto, o coordenador da OMS lamentou que alguns grupos tenham chegado sem materiais médicos, algo "realmente necessário" para suprir a grande demanda no Nepal.

A OMS está tentando estender a atenção primária às regiões nas quais os serviços de emergência ainda não chegaram, restabelecendo também esse tipo de atendimento ao longo do Vale de Katmandu.

"Agora o que nos preocupa é o controle de doenças", afirmou Norton, explicando que os médicos estão atentos ao surgimento de surtos de diarreia, pneumonia e outras doenças ligadas com a falta de higiene e a chuva dos últimos dias.

Número de mortos
O Ministério do Interior do Nepal elevou hoje para 6.621 o número de mortos após a tragédia, e o de feridos para 14.556. A expectativa é que a quantidade de vítimas aumente assim que as autoridades conseguirem chegar às regiões mais remotas do país.

A expectativa é que o total de vítimas seja ainda maior, já que as equipes de resgate ainda não conseguiram chegar às regiões mais remotas do país, também fortemente castigadas pelo tremor.

A embaixadora da União Europeia no Nepal, Rensje Teerink, afirmou que entre os mortos estão 12 cidadãos europeus. Outros 1.000 ainda estão desaparecidos, mas isso não significa necessariamente que eles estejam entre as vítimas, destacou a diplomata.

O Consórcio de Redução de Riscos no Nepal, uma entidade da qual fazem parte organismos da ONU, calcula que o terremoto obrigou 2,8 milhões de pessoas a deixarem suas casas, 10% da população total do país de 28 milhões de habitantes.

Segundo o órgão, o tremor destruiu totalmente 160 mil casas e deixou outras 143 mil parcialmente danificadas no país.

O terremoto foi o de maior magnitude no Nepal em 80 anos e o pior na região em uma década desde 2005, quando outro terremoto deixou mais de 84 mil mortos na Caxemira.





Fonte: Da EFE

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