Médicos entram em greve por salários
Com salários atrasados, sem condições de trabalho e atuando há um ano em regime de ocupação temporária, os profissionais que compõem o corpo clínico do Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, anunciam paralisação dos serviços na próxima semana. A decisão foi tomada no último dia 6 e o prazo estabelecido para o governo do Estado resolver a situação é de sete dias, encerrando em 13 de maio.
Serão mantidos somente os serviços de urgência e emergência. O documento com as pontuações de problemas e medidas a serem adotadas pelos profissionais foi encaminhado para o diretor geral do hospital e ao secretário de Estado de Saúde, Marcos Bertúlio, com cópia nominal ao governador Pedro Taques, Ministério Público do Estado (MPE) e Conselho Regional de Medicina (CRM).
O conteúdo é assinado por representantes da diretoria clínica, ortopedia, cirurgia bariátrica, buco-maxilo, anestesia, UTI, radiologia e endoscopia. O Hospital Metropolitano é referência estadual para atendimento e cirurgias de alta complexidade em traumatologia (ortopedia e buco-maxilo) e cirurgia bariátrica.
Até agosto de 2014 a unidade era gerida pela Organização Social de Saúde (OSS) Instituto Pernambucano de Assistência à Saúde (Ipas). O contrato encerrou e não foi renovado.
Dessa forma, funciona em Regime de Ocupação Temporária, segundo os médicos, “sem definição de modelo de gestão e até mesmo projetos futuros”, descreve o documento. Os pagamentos dos serviços médicos sofrem atrasos desde o ano passado e os acordos para quitações não são cumpridos.
Há servidores com três meses de salários em atraso. O sucateamento da unidade por falta de investimento também é apontado como uma das causas de insatisfação e possível paralisação na próxima semana. “Diante dos problemas elencados, diversas reuniões foram realizadas ao longo do tempo com o secretário de saúde e seus adjuntos e, em todas, foram pedidos prazos e votos de confiança para que a Secretaria obtivesse tempo para organizar o modelo de gestão e pagamentos”.
Segundo os funcionários, após 120 dias de atuação do novo governo os problemas permanecem e a situação provoca inviabilidade técnica e financeira de dar continuidade aos serviços. Por meio da assessoria de imprensa, a SES explica que todos os contratos da pasta são analisados pela Comissão Permanente de Contrato e Gestão para, depois, efetuar os pagamentos de funcionários e fornecedores. Quanto à indefinição do modelo de gestão do Metropolitano, o governo realiza um encontro de contas e responsabilidades para definir como a unidade será gerida.
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