Empresário é condenado a 23 anos por mandar matar esposa
Por unanimidade, o júri popular condenou o empresário Damião Francisco Rezende a 23 anos de prisão em regime fechado por homicídio triplamente qualificado praticado mediante pagamento, com emprego de meio insidioso ou cruel e com recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima.Foi firmado pelo júri o entendimento de que ele foi o mandante do assassinato da própria esposa, Ângela Cristina Peixoto, 32.
No mesmo julgamento, foi absolvido o corretor de imóveis Eduardo Bezerra do Nascimento. O júri acolheu a tese de defesa dos advogados Anderson Nunes de Figueiredo e Bruno Proença de negativa de autoria do homicídio. “O Eduardo foi convidado para participar de um furto. Não tinha conhecimento que se tratava de um homicídio e já pagou pelo crime cometido”, explicou Figueiredo.
O júri popular foi conduzido pela juíza Mônica Catarina Perri e durou 12 horas. Sete testemunhas foram ouvidas e ainda houve a participação do Ministério Público Estadual (MPE) responsável pela acusação.
A vítima estava dormindo na cama quando foi atacada pelos criminosos. A investigação da Polícia Civil concluiu que o crime foi encomendado por Damião Rezende, por conta do seu envolvimento com o tráfico de drogas e cobiça pelos bens da mulher.O crime que chocou a sociedade cuiabana aconteceu no dia 15 de novembro de 2011 no bairro Jardim Presidente 1. Naquela ocasião, foi simulado um latrocínio (roubo seguido de morte) na residência da empresária Ângela Cristina que veio a ser morta com 24 golpes de faca pelas costas.
A suspeita é que Ângela planejava denunciar o próprio marido e, por isso, foi assassinada. A empresária era proprietária de duas casas, um veículo Renaul Clio, seguro de vida e uma empresa de factoring, a Peixoto Empréstimos e Consignado, enquanto Damião Rezende atuava como funcionário de uma transportadora.
A denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) aponta que Damião Rezende ofereceu R$ 3 mil aos criminosos, tendo pago R$ 1,5 mil a Daniel Paredes Ferreira, prometendo a quitação da outra parcela após o assassinato. Ainda participaram do crime Maycon José Cardoso Nogueira e Kleber Azevedo Santos – sendo este último apontando como o intermediador do acordo entre o marido e os executores.
Em agosto de 2014, a Justiça condenou três dos cinco acusados. Daniel Paredes Ferreira, Maycon José Cardoso Nogueira e Kleber Azevedo Santos foram condenados a 12 anos de prisão cada um, em regime inicialmente fechado. Os dois primeiros são apontados como os executores do crime e, o último, como a pessoa que intermediou a contratação da dupla.
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