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Nacional
Segunda - 11 de Maio de 2015 às 08:07

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A mulher atropelada por um trem em Santos, no litoral de São Paulo, no início do ano, e que teve uma das pernas amputadas, não resistiu e morreu na noite desta sexta-feira (8). Marcia Aparecida de Oliveira Kisluk, de 33 anos, estava internada na Santa Casa de Misericórdia de Santos. Ainda na unidade de saúde, a ambulante descobriu que ela, o marido e o filho, de três anos, haviam sido despejados da casa onde moravam porque não pagaram o aluguel. Ela chegou a gravar um vídeo pedindo ajuda.


A vítima foi atropelada por um trem no bairro Valongo no dia 14 de janeiro, por volta das 12h. Em entrevista ao G1, durante o período em que estava internada, ela falou como tudo aconteceu. "Eu trabalho atrás da Alfândega, próximo à linha do trem, em uma barraca de lanches, há oito meses. Um vagão com lona passou e a força dele me puxou. Se não fosse meu marido, que me puxou rapidamente, eu seria esmagada", explicou.

Marcia foi levada para a Santa Casa e, depois de cerca de 15 dias, passou pela primeira cirurgia para a retirada de parte da perna. Em 4 de fevereiro, fez outra operação para a remoção completa do membro. Na época, o irmão da vítima, Roberto Kisluk, disse que houve demora para a realização do procedimento. "Eu acho que demorou muito. Foram 16 dias até a amputação da perna. Se fosse um tratamento mais adequado, ela poderia estar andando", disse.

O médico Carlos Henrique Alvarenga Bernardes, da Santa Casa de Santos, explicou o motivo da demora. "Se o trauma tivesse destruído a artéria dela, no momento em que chegasse ao hospital já teria ocorrido a amputação. Houve essa tentativa de salvar o membro, mas, infelizmente, o organismo dela não reagiu e houve a necessidade de fazer a amputação. O que ocorreu é que ocorreu uma infecção muito grave no local", revelou.

O advogado de Márcia, Fábricio Munhoz de Oliveira, entrou com uma ação de indenização e pensão alimentícia contra as empresas América Latina Logística (ALL) e Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), envolvidas no acidente, ainda quando a ambulante estava viva.

Em nota, a ALL, responsável pela linha férrea, informou que lamenta o que aconteceu e que é de responsabilidade da Codesp, na área do Porto de Santos, fiscalizar e manter as vias férreas livres e desimpedidas. Já a Codesp diz que a ALL tem a obrigação de manter a sinalização ferroviária, sonora e visual ao longo da linha férrea. A Codesp reconhece que deve manter livre a área de veículos ou cargas da operação portuária.

Em nota, a Prefeitura de Santos informou, por meio do Departamento de Fiscalização Empresarial e Atividades Viárias (Defemp), que o local citado não possui ambulantes cadastrados na Prefeitura de Santos. Se há ambulantes no local, são irregulares e que o local do acidente é jurisdição da Codesp.





Fonte: Do G1 Santos

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