Associação quer nomeação dos aprovados no concurso da PC
A Associação do Cadastro de Reserva do Concurso Público da Polícia Judiciária Civil (ACRCPJC/MT) esteve presente ontem na câmara de vereadores de Sinop, como em ato de manifestação, pedindo através de um documento o apoio do legislativo na luta pela convocação dos aprovados no último concurso público da Polícia Judiciária Civil (PJC).
No documento a classe revela que a PJC está defasada quanto ao atual número de efetivos. “O levantamento mais recente divulgado pelo IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] indicou um crescimento populacional e desenvolvimento econômico no Estado, passando a população a ter 3.224,357 habitantes, o que indica que a defasagem no número de efetivos da Polícia Civil é ainda maior”, diz trecho do documento.
No primeiro trimestre deste ano, de 400 cargos criados para delegados, apenas 260 estão ocupados. De 4 mil vagas para investigadores, existem apenas 1.979 em exercício. De 1.200 para escrivão, 703 ocupa as vagas em todo o estado. Das 137 vagas para agente de desenvolvimento econômico e social, apenas 22 estão ocupadas. Somente para essas funções, a defasagem é de 2.773 profissionais.
Além disso, a polícia ainda terá desfalque de 80 profissionais, sendo 54 investigadores e 26 escrivães, que estão aptos a se aposentarem desde o ano passado. “Para que não passe o estado a ‘enxugar gelo’ fica comprovada a necessidade, da convocação urgente dos aprovados no cadastro de reserva, que hoje se encontra em número de 513 candidatos”.
Em entrevista ao Nortão Notícias, o responsável pela associação em Sinop, Denis Santana, disse que mesmo saindo a convocação de todos os aprovados, haveria desfalque no efetivo. “O número ainda não seria o ideal para margear a segurança, mas daria um fôlego para os policiais. Desafogava as delegacias”, concluiu.
O documento destaca ainda que o número de aprovados disponível para assumir o concurso pode diminuir ainda mais com o tempo. “O atraso na convocação propicia a perda de candidatos, que no decorrer do tempo vão assumindo outros cargos em outro concurso, e assim já não terá a entrada do número que se espera”, diz outro trecho.
A associação critica ainda que o estado tem investido mais no efetivo da Polícia Militar (PM) do que na Civil, o que provoca falta de policiais civis para investigação dos crimes constatados pela PM. “É corriqueiro nos meios policiais, que os agentes prefiram investimentos nas polícias militares em detrimento das policiais civis, pela visibilidade e caráter rígido de controle político próprio do sistema militar, isso explica o crescente desenvolvimento atípico de trabalho de investigação pela Polícia Militar”, concluiu.
Foi ressaltado ainda a divulgação dos dados feito pelo atual governador do estado, Pedro Taques (PDT), mostrando o resultado da falta de policiais investigativos. “Mostra que em Mato Grosso, de 50 mil assassinatos ocorridos em 2012, apenas 4 mil foram solucionados”, diz documento. Os dados podem ser acessados no Sistema Nacional de Estatística em Segurança Pública e Justiça Criminal (Sinesp).
Denis confirmou que o documento foi entregue ao vereador Claudio Santos (DEM), que ficou responsável por pegar as assinaturas dos parlamentares de Sinop. Disse ainda que “uma turma de aprovados estão na avenida [Governador Júlio Campos] colhendo assinaturas de comerciantes e moradores”.
A intenção é conseguir o número máximo de assinaturas de deputados, vereadores e moradores em geral. Para o próximo mês está se organizando um ato de manifestação dos aprovados e associados na capital Cuiabá, para que o documento seja entregue ao governador. A data ainda será confirmada pelos organizadores.
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