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Nacional
Quinta - 14 de Maio de 2015 às 09:51

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(Foto: Reprodução / Portal dos Procurados)
A partir da direira: Playboy, Peixe e Fu da Mineira
A partir da direira: Playboy, Peixe e Fu da Mineira

Um traço une alguns dos criminosos mais procurados do Rio. Homens como Playboy, Peixe e Fu da Mineira – cujas recompensas no Disque Denúncia valem R$ 50 mil, R$ 20 mil e R$ 5 mil, respectivamente, de acordo com informações do site Procurados.org.br – escaparam da prisão logo após receber o benefício da progressão de pena e entrar no regime semiaberto.

Dos 16 criminosos que tem recompensas mais valiosas do Disque Denúncia e são citados no portal, 50% são considerados procurados, ou seja, não foram presos ou condenados. Os outros 50% cumpriam pena em algum presídio do Rio ou nacional e fugiram depois de ganhar o direito a sair da cadeia para trabalhar ou visitar família.

Aos 43 anos, o traficante Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fu da Mineira cumpria pena num presídio de segurança máxima em Rondônia, quando recebeu o benefício e o direito de visitar a família por sete dias, em agosto de 2013. Nunca mais retornou à cadeia.

Fu da Mineira foi apontado pelo secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, como responsável pela guerra do tráfico iniciada no último fim de semana, nos Morros do Fallet e da Coroa, no Catumbi, no Centro do Rio. Os confrontos entre os suspeitos e com a polícia já somam oito mortos nessas comunidades desde sábado (9).

“É um homem, que se não me falha a memória, tem 90 anos de condenação, conseguiu um recurso para sair, para ir para casa, para visita. Se eu tivesse 90 anos de condenação, com a idade dele, também não voltaria. Acho que isso é um contrassenso. No mínimo, é uma falta de sensibilidade. E agora está ocasionando essa guerra no Rio de Janeiro e a polícia tem de fazer esse trabalho [para prendê-lo] novamente”, reclamou Beltrame, na terça-feira (12).

R$ 50 mil por Playboy

Considerado como o traficante mais perigoso da atualidade, Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy – cuja recompensa por informações por sua captura de R$ 50 mil, é a mais alta do Rio – também se tornou foragido ao receber o mesmo benefício que Fu da Mineira, do mesmo presídio e na mesma ocasião. Playboy chefia o tráfico nas favelas de Costa Barros, no Subúrbio.

Já o traficante Rafael Alves, o Peixe, chefe do tráfico da Vila Aliança, em Bangu, na Zona Oeste, também fugiu após entrar no regime semiaberto em julho de 2009. O valor da recompensa por informações que levem à captura dele é de R$ 20 mil. Pelo menos outros sete criminosos que ilustram a página procurados.org.br estão na mesma situação: não retornaram após conquistar o direito ao regime semiaberto.

Também fugiram após a progressão para o regime semiaberto o traficante Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, das favelas Mandela I, II e III, de Manguinhos, no Subúrbio. Preso em março de 1998, fugiu seis dias depois de receber o benefício em agosto de 2007. No site, o valor da recompensa por sua captura é de R$ 10 mil. Cláudio José de Souza Fontarigo, o Claudinho da Mineira, também é foragido do presídio de Porto Velho, em Rondônia. Ele entrou no regime semiaberto e ganhou sete dias para visitar a família. Saiu em agosto de 2013 e não foi mais encontrado. As informações sobre ele valem R$ 5 mil.

Traficante de São Gonçalo, na Região Metropolitana, Schumaker Antonácio do Rosário não perdeu tempo após receber o benefício em outubro de 2013. Sete dias depois de entrar no regime semiaberto não foi mais encontrado. Walace de Brito Trindade, o Lacosta, traficante da Serrinha, em Madureira, no Subúrbio do Rio, também é considerado "evadido do sistema" desde setembro de 2007. As informações sobre o paradeiros deles também vale R$ 5 mil.

Entre os procurados está também o traficante Jorge Ribeiro, o Zidane ou Bodinho, como é conhecido, da Favela Nova Holanda, no Conjunto de Favelas da Maré, foi preso em setembro de 1997, entrou no regime semiaberto em novembro de 2001, quando fugiu. O criminoso foi recapturado em agosto de 2003 e fugiu novamente - desta vez sem progressão de pena - em maio de 2007.

Alívio no sistema penitenciário

A sensação de impunidade é grande e, segundo o antropólogo e consultor de segurança Paulo Storani, faz com que o cidadão comum exija cada vez mais rigor das leis e punições. No entanto, ele destaca a falta de condições do sistema penal brasileiro.

“A decisão dos juízes, a despeito da periculosidade dos presos, não é ilegal. Em alguns casos pode ser inadequada. Mas essa é uma tendência que se verifica, de se conceder a progressão do regime, muito em função da superlotação dos presídios. Ou seja, são medidas legais que visam aliviar o sistema penitenciário”, disse o consultor de segurança.

Storani acrescenta que as leis de execução penal foram elaboradas levando em consideração a ressocialização e conscientização do preso. Mas que por falta de investimento por parte do governo e do agravamento da falta de condição dos presídios, os presos geralmente não são reintegrados à sociedade.

Por isso, na opinião de Storani, são comuns a fuga e a reincidência em crimes de presos que receberam o benefício da progressão para o regime semiaberto, quando o preso pode sair da cadeia para trabalhar fora ou visitar a família.





Fonte: Do G1

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