Justiça determina a perda de bens de doleiro preso em Cuiabá Empresário Marson Silva está preso, acusado de financiar quadrilha de tráfico de cocaína
Divulgação/PF
Além de 14 barras de ouro, a PF apreendeu meio milhão de reais na casa do doleiro
O juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal em Mato Grosso, determinou a perda dos bens de 14 barras de ouro do doleiro Marson Antônio da Silva, preso pela Polícia Federal (PF), no bairro Popular, em Cuiabá por financiar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas.
A prisão ocorreu no dia 29 de janeiro deste ano, durante a realização da Operação Soberba, da Polícia Federal, na Capital.
À época, a PF ainda apreendeu, na residência de Marson, meio milhão de reais em dinheiro, em notas de real e dólar, além de R$ 50 mil em cheques.
Na decisão, Schneider entendeu que o ouro pertence à União, já que não houve comprovação de posse legal do metal. As barras de ouro estão avaliadas em mais de R$ 550 mil
"Os bens minerais extraídos sem a prévia e competente autorização do Departamento Nacional de Proteção Mineral (DNPM) pertencem à União. Tenho que esses minerais qualificam-se como produto de crime, razão pela qual decreto a perda desses bens em favor da União", decidiu o juiz.
À Justiça, o réu alegou que o ouro era proveniente de garimpeiros, mas não apresentou nenhum documento que comprovasse a origem do ouro.
O juiz condenou Marson Silva por crime contra a ordem econômica, mas a pena foi convertida em prestação de serviços à comunidade.
No entanto, o doleiro continuará preso, pela suspeita de financiar uma quadrilha de tráfico de drogas, que utilizava a capital mato-grossense como centro de distribuição de entorpecentes obtidos na Bolívia, para a Europa e Minas Gerais e São Paulo.
Marson Silva está recolhido a uma cela do Centro de Ressocialização de Cuiabá, a antiga Cadeia Pública do Carumbé.
Tráfico de cocaína
A Operação Soberba foi deflagrada pela PF em janeiro deste ano, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa voltada à prática do tráfico internacional de cocaína.
Conforme informações da PF, Marson mantinha uma empresa de turismo de fachada em São Paulo, usada para lavar o dinheiro obtido por meio do tráfico.
Em Cuiabá, ele operava uma casa de câmbio, localizada na Rua Cândido Mariano, na área central da capital.
Conforme a PF, todo o esquema era mantido com o apoio da advogada Janaína Barreto Passadore, que também foi presa durante a operação.
As investigações se iniciaram há aproximadamente um ano e estavam baseadas em Cuiabá e Várzea Grande.
Foram apreendidos 218 quilos de pasta base de cocaína, além de um quilo de cloridrato de cocaína, 195 mil dólares, R$ 34 mil e diversos veículos.
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