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Nacional
Sexta - 15 de Maio de 2015 às 11:00

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(Foto: Reprodução/ TV Globo)
Incêndio interditou a Avenida Salvador de Sá nos dois sentidos
Incêndio interditou a Avenida Salvador de Sá nos dois sentidos

Manifestantes atearam fogo em dois ônibus na Zona Norte do Rio, na manhã desta sexta-feira (15). Um dos veículos foi incêndiado na Rua Estácio de Sá, próximo a um dos acessos ao Morro São Carlos, no Largo do Estácio. O segundo ônibus sofreu o atentado na Rua Campos da Paz, altura do número 52, no Rio Comprido. Moradores da região afirmam que o protesto começou depois que dois mototaxistas da comunidade foram encontrados mortos. Ainda de acordo com moradores, eles foram identificados como Rodrigo Marques Lourenço, de 29 anos, e Ramom de Moura Oliveira, 22.

Até as 9h30 não havia informações sobre feridos durante o protesto. Testemunhas relataram que policiais arremessaram bombas de efeito moral contra os manifestantes, que estavam armados com pedaços de paus e pedras. Agentes da Divisão de Homicídios chegaram no local por volta das 10h30 para periciar o local onde os jovens foram achados mortos — segundo moradores, a facadas.

Na quinta-feira (14) à noite, o número de vítimas em confrontos na área central do Rio, perto do local dos protestos desta sexta, subiu para 10, com a morte de um menor de 15 anos e Ysmailon da Luz Alves Santos, de 21 anos. Com a morte dos dois mototaxistas, o número de vítimas sobe para 12.

Moradora do São Carlos mostra suposto local onde corpo foi encontrado (Foto: Reprodução/TV Globo)Moradora do São Carlos mostra suposto local onde corpo foi encontrado (Foto: Reprodução/TV Globo)

Titular da Divisão de Homicídios, Rivaldo Barbosa, confirmou em entrevista à Globonews que investiga as circunstâncias que dois corpos foram encontrados no Morro do São Carlos nesta manhã. Ainda não se sabe quem matou os mototaxistas. "Independentemente se [os autores] foram policiais militares ou [fruto de] uma guerra de traficantes, vamos dar uma resposta", afirmou. Rivaldo também fez um apelo para que moradores evitem vandalismo em protestos, por causa dos transtornos que eles causam a região, como queima de cabos elétricos na fiação elétrica. "A gente pede que eles usem essa revolta para nos dar informações", acrescentou.

Ônibus é incendiado no Rio Comprido (Foto: Janaína Carvalho/G1)Ônibus é incendiado no Rio Comprido (Foto: Janaína Carvalho/G1)

De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura, por volta das 9h40 a via estava interditada nos dois sentidos e os motoristas enfrentavam retenções na região. Os motoristas que estavam na Rua Haddock Lobo e seguiam em direção ao Estácio/ Centro tinham como opção seguir pela Avenida Paulo de Frontin. Quem estava no Catumbi e seguia em direção ao Estácio/Centro tinha como opção seguir pelo Viaduto 31 de Março e pela Avenida Presidente Vargas. Às 10h15 a via foi totalmente liberada.

De acordo com o Metrô Rio, o protesto foi monitorado e não afetou a circulação dos trens. Às 9h40 não havia ameaça de invasão na estação Estácio.

Moradores assustados


Moradores da comunidade estão apavorados com o clima de insegurança na região. Na manhã dessa segunda, uma moradora que pediu para não ser identificada, precisou deixar o trabalho às pressas para pegar o filho na creche. "Até agora ainda está um cheiro de fumaça muito forte. A tia disse que as crianças estavam aterrorizadas e ficou molhando o rostinho deles com paninho úmido. Foi um terror, meu filho está assustado até agora. A gente bota o filho na creche para ter segurança e acontece isso", afirmou a vendedora de 19 anos, que veio de Copacabana, na Zona Sul, para pegar o filho na creche municipal Estácio de Sá, que fica em um dos acessos à comunidade.

Ela afirma conhecer um dos jovens que foi encontrado morto e que ele não tinha envolvimento com o tráfico de drogas. "Ele me levava para casa quando eu chegava do trabalho. Não tinha nenhum envolvimento com o tráfico, era um menino trabalhador", afirmou a jovem de 18 anos, que é estagiária de uma agência bancária.

Bombeiros do quartel Central foram acionados. Por volta das 10h20 o fogo foi controlado. De acordo com a corporação, ninguém ficou ferido. As chamas não atingiram a fiação da rede elétrica da região. Entretanto, a Light enviou uma equipe ao local para solucionar possíveis emergências.

De acordo com a PM, policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) São Carlos e de outras UPPs, com o apoio do Batalhão de Choque (BPCHoque), reforçaram o policiamento no entorno da comunidade.

Dois baleados na quinta (14)
No início da noite da quinta (14), policiais do Bope entraram em confronto com marginais no Conjunto de Favelas do São Carlos. De acordo com a corporação, um homem foi baleado na Comunidade da Mineira e socorrido para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. Com o ferido foi aprendido um fuzil Bushmaster, 1,3 mil sacolés de pó branco, 1,5 tablete de maconha, um carregador de fuzil e um rádio transmissor. A ocorrência foi registrada na 17ªDP (São Cristóvão). Na parte da tarde, um homem também foi baleado e com ele os policiais apreenderam uma pistola calibre 9mm.

A polícia informou que subiu para dez o número de mortos na guerra entre as quadrilhas que atuam nas comunidades da região central do Rio — Fallet, Coroa e São Carlos. Como mostrou o Bom Dia Rio nesta sexta-feira (15), a segurança continuava reforçada nos acessos das comunidades. Pelo menos uma das novas vítimas foi baleado durante operação policial.

Manifestantes atearam fogo em um ônibus no Estácio (Foto: Reprodução/ TV Globo)Manifestantes atearam fogo em um ônibus no Estácio (Foto: Reprodução/ TV Globo)


Segundo testemunhas, grupo estava com pedaçoes de paus e pedras (Foto: Reprodução/ TV Globo)Segundo testemunhas, grupo estava com pedaçoes de paus e pedras (Foto: Reprodução/ TV Globo)





Fonte: G1

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