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Internacional
Sexta - 15 de Maio de 2015 às 14:45

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O grupo Estado Islâmico (EI) estava nesta quinta-feira (14) às portas da cidade histórica síria de Palmira, aumentando os temores de que os jihadistas a destruam, como já fizeram com outras joias do patrimônio cultural de Síria e Iraque.

A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, pediu às partes do conflito para "proteger Palmira e fazer tudo o possível para impedir sua destruição".

"Estou profundamente preocupada com as informações que chegam de Palmira", acrescentou Bokova. "É preciso salvá-la", acrescentou.

"Palmira está ameaçada", declarou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede na Grã-Bretanha.

"A batalha acontece dois quilômetros ao leste da cidade, depois que o grupo EI tomou o controle de todos os postos do exército entre Al-Sujna e Palmira".

O valor histórico deste oásis situado 215 km a nordeste de Damasco é inestimável, já que abriga as ruínas monumentais de uma cidade que foi um dos centros culturais mais importantes do mundo antigo, e que foi declarada patrimônio mundial da Unesco.

Sua arquitetura conjuga as técnicas greco-romanas com as tradições locais e a influência persa, segundo esta agência da ONU.

Nas cidades próximas a Palmira, de onde o exército sírio se retirou, os jihadistas do EI executaram 26 civis, decapitando 10 deles "por colaborar com o regime", destacou o OSDH, com sede na Grã-Bretanha.

"Acabo de falar por telefone com meus colegas em Palmira, me confirmaram que (os jihadistas) estão a dois quilômetros da cidade. A aviação os bombardeia e espero que estes bárbaros não entrem no interior da cidade", afirmou Mamun Abdulkarim, diretor das Antiguidades e Museus Sírios.

"Se o EI entrar em Palmira, significará sua destruição, uma catástrofe internacional" e "a repetição da barbárie e da selvageria que ocorreu em Nimrud, Hatra e Mossul", advertiu, em alusão aos locais antigos atacados pelos jihadistas nos últimos meses no Iraque.

Os rebeldes tiveram o controle da cidade até setembro de 2014, quando o exército sírio recuperou o controle. Durante os combates, o templo de Baal sofreu danos pelos disparos de artilharia.

110 mortos nos combates
Talal Barazi, governador da província de Homs, à qual Palmira pertence, explicou que após a queda de Al-Sukhna na quarta-feira 1.800 famílias fugiram a Palmira, onde três centros de acolhida foram abertos.

Desde a noite de terça-feira, os combates nesta zona deixaram 110 mortos, 70 dos quais são membros das forças de segurança do regime, além de 55 jihadistas.

Entre os últimos se encontra Abu Malek Anas al-Nashwan, que apareceu em um vídeo do EI mostrando a decapitação em abril de 28 etíopes na Líbia, segundo sites extremistas.

Um vídeo divulgado no mês passado nas redes sociais mostrava os jihadistas do EI destruindo o sítio arqueológico iraquiano de Nimrud, joia do império assírio fundado no século XIII, e antes haviam atacado Hatra, cidade de 2 mil anos, e o museu de Mossul, no norte do Iraque.

Na Síria, os combatentes extremistas destruíram patrimônios de Raqa, Mari, Dura Europos, Apamea, Ajaja (nordeste) e Hamam Turkoman, perto de Raqa.

"As pilhagens e a destruição de sítios arqueológicos alcançaram uma escala sem precedentes" este ano, alertou na quarta-feira a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, em uma conferência no Cairo.

Abdulkarim, no entanto, assegurou não ter recebido qualquer chamado ou convite para a conferência. "Apesar do que acontece aqui em Palmira, a Unesco mantém silêncio", lamentou.

No restante da Síria, 39 pessoas morreram na quarta-feira em bombardeios do exército em três localidades rebeldes no sul da província de Aleppo, segundo o OSDH.





Fonte: France Presse

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