Sertaneja que ironizou "bombadões" fala das ameaças de morte
Foto: Reprodução Rede Record
Elaine garante que fez brincadeira e não teve intenção de ofender
A sertaneja Elaine Cés, de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, levou um susto quando, na semana passada, o vídeo em que canta a música Cambada de Bombadoconseguiu quase 2 milhões de visualizações no Facebook e 50 mil compartilhamentos na rede social.
A canção, que ironiza os “sarados”, já está no repertório dela há mais de dois anos, desde a época em que fazia parte de uma dupla do mesmo gênero. O clipe foi lançado em novembro do ano passado, mas só agora ganhou repercussão.
Se por um lado a exposição na rede social foi positiva, por outro, também trouxe dor de cabeça para a artista, que passou a receber ameaças de um internauta que se sentiu ofendido com a letra da música. Em entrevista ao R7, Elaine conta por que decidiu registrar boletim de ocorrência na polícia e fala sobre a polêmica envolvendo Cambada de Bombado, que diz: "Acho isso um absurdo, os braços parecem um touro e as canelas, um canudo".
Confira os principais trechos de entrevista:
"Explosão"
“De repente, um menino de Santo André postou a música e escreveu: 'A parte da vassoura é a melhor. Estou rindo até 2018'. Por meio desse menino, a música chegou em quase 2 milhões de visualizações [no Facebook] e 50 mil compartilhamentos [...] Fui marcada na publicação. Não acreditei. Eu até passei mal. Falei: 'Gente, o que é isso? Dois milhões de pessoas!'”
“O rapaz de Santo André apagou o post. Não sei se ele também recebeu ameaça. Alguma coisa aconteceu”.
Ameaça de morte
“Nesta segunda-feira, ele [internauta que a ameaçou] deixou um comentário aberto no meu Facebook, deixou para todo mundo ver. Li o comentário e não apaguei. De repente, ele começou a me mandar mensagem inbox [reservada]. Começou a falar palavras fortíssimas. Tentei amenizar, conversar com ele, dizendo que todo mundo levava a música na brincadeira. Ele ficou mais louco ainda. Começou a me xingar, disse que sabia onde eu me apresentava, que iria quebrar minha cara com garrafa.”
“Ele falou que a música era preconceituosa, que ia acabar com a minha vida. Fiquei com medo na hora em que ele falou que eu iria morrer igual ao MC Daleste [...] Como ele estava mandando muitas mensagens e estava ficando mal com aquilo, eu o bloqueei.”
Polêmica
“Faço três, quatro shows por semana em Rio Preto e região. Eu chamo fortinho no palco. O pessoal dança e se diverte. Na hora em que eu canto a parte da vassoura, todo mundo ri [...] Já sofri ameaças, mas ameaças bobas [por conta da música].”
“Não entendi esse cara. A música não é para ele [...] É uma brincadeira. Os bombados se divertem. Eu vou à academia, tenho amigos. O pessoal leva total na esportiva”.
“Vou gravar outra música polêmica. Vou ter que dar uma esperadinha para falar. Se eu fosse compositora da música, eu falava, com certeza [risos].”
Boletim de ocorrência
“Sou alguém que tem medo, sim. Acho que as pessoas podem fazer maldade com a outra. Fiz o boletim de ocorrência e mais nada. Nem advogado eu tenho. Não foi para prejudicar [quem a ameaçou]. Se ele chegasse e falasse: “Desculpa, eu estava louco”, nem iria mexer com isso. Não tenho intenção nenhuma de prejudicar. Só registrei o boletim de ocorrência por precaução mesmo, para ter, se acontecer alguma coisa comigo.”
Repercussão
“Não sabia que registrando o boletim de ocorrência, o caso chegaria à mídia. Não me avisaram na hora. Agora, acho que ele vai ficar muito mais nervoso.”
“Fiquei aliviada com o boletim de ocorrência, mas agora estou preocupada [depois da repercussão].”
Rotina
“Não mudei minha rotina [...] De jeito nenhum vou tirar a música do meu repertório. Agora, vou cantar mais ainda”.
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