CPI da Petrobras ouve ex-diretor da SBM Offshore em Londres
Integrantes da CPI da Petrobras ouvirão nesta terça-feira (19), em Londres, depoimento de Jonathan David Taylor, ex-diretor da empresa holandesa SBM Offshore que denunciou supostas irregularidades em contratos assinados entre a companhia e a estatal brasileira. A CPI investiga denúncias de corrupção que envolvem a Petrobras.
Em entrevista publicada no jornal "Folha de S.Paulo", Taylor relatou ter enviado à Controladoria-Geral da União (CGU), em agosto dde 2014, dossiê que comprovaria que a empresa da Holanda pagou propina a funcionários da Petrobras para fechar contratos de aluguel de plataformas. Segundo ele, porém, a investigação só teria sido aberta após a reeleição de Dilma.
Sete parlamentares viajaram a Londres para encontrar Taylor. O grupo é composto pelos deputados Antonio Imbassahy (PSDB-BA), André Moura (PSC-SE), Bruno Covas (PSDB-SP), Celso Pansera (PMDB-RJ), Efraim Filho (DEM-PB), Leo de Brito (PT-AC) e Marcelo Squassoni (PRB-SP), segundo a secretaria da CPI. Com eles, viajou um consultor legislativo da Câmara que presta assessoria para a comissão.
Segundo o presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), os parlamentares irão a um local que fica a cerca de uma hora e meia do centro de Londres para ouvir Taylor. O encontro, de acordo com ele, está marcado para as 13h30 no horário da capital inglesa (9h30 no horário de Brasília).
“A expectativa é que ele fale e entregue documentos aos membros da CPI”, disse Motta. Os parlamentares retornam ao Brasil na quarta-feira, segundo o cronograma da comissão.
O presidente da CPI disse que a Câmara custeará os gastos dos parlamentares durante os dias em que eles estiverem na Europa. Segundo o peemedebista, os hotéis serão pagos com as verbas de gabinete destinadas a diárias internacionais.
O requerimento para ouvir Taylor foi aprovado pela CPI em abril. Além das denúncias envolvendo a Petrobras, ele acusa o governo brasileiro de ter demorado a abrir procedimento de investigação. À "Folha de S.Paulo", Taylor afirmou que a CGU esperou a reeleição da presidente Dilma Rousseff para abrir processo administrativo para investigar a companhia.
A CGU divulgou nota em que afirma que, antes dessa denúncia, em abril de 2014, iniciou procedimento de investigação para apurar indícios de corrupção envolvendo a Petrobras e a SBM Offshore. O órgão do governo diz, ainda, que ouviu o ex-funcionário da empresa, em outubro de 2014, “com cautela”, devido à suspeita de que os elementos apresentados por ele poderiam ter sido obtidos por “meios ilícitos”.
No mês passado, integrantes da CPI se reuniram com o ministro-chefe da CGU, Valdir Simão, para pedir informações sobre a atuação da SBM Offshore no esquema de corrupção da estatal.
Brasília
No Congresso Nacional, em Brasília, outros parlamentares da CPI da Petrobras ouvirão nesta semana os depoimentos do diretor-presidente da construtora Camargo Correa, Dalton Avancini, e do diretor-presidente da Divisão de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia, Erton Fonseca. A reunião está marcada para a tarde de quarta-feira.
Os dirigentes das empreiteiras são investigados por participar de um suposto “clube”, que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), combinava preços e fraudava licitações da Petrobras.
Eles estão presos desde novembro de 2014. Em março deste ano, Avancini passou a cumprir prisão domiciliar, depois de fazer um acordo de delação premiada. Fonseca foi para a prisão domiciliar em abril, junto com outros oito executivos. Os empreiteiros são monitorados por uma tornozeleira eletrônica 24 horas por dia enquanto os processos são julgados.
Comentários