MPF denuncia doleiro e quadrilha de narcotráfico internacional em MT
O Ministério Público Federal(MPF) ingressou com ação penal contra a quadrilha de narcotráfico internacional investigada pela Polícia Federal(PF) em Cuiabá na operação Soberba, em janeiro. De acordo com o MPF, a denúncia foi apresentada à Justiça contra o doleiro acusado de financiar as ações e outras nove pessoas integrantes da quadrilha, que teria movimentado droga da Bolívia com destino a outros estados do Brasil e a países como Portugal e Espanha.
Investigada pela PF desde janeiro de 2014, a quadrilha foi desmantelada pela operação Soberba , que consistiu no cumprimento de mandados judiciais de prisão e de busca e apreensão contra os integrantes em Mato Grosso e em Minas Gerais, de onde a droga traficada seria enviada a outros destinos. Também houve mandado de condução coercitiva no estado de São Paulo.
Durante a operação foram apreendidos na casa do doleiro Marson Antônio da Silva mais de R$ 500 mil em espécie, outros R$ 50 mil em cheques, além de notas de dólar, traveller checks e 14 barras de ouro.
Tráfico internacional
Segundo a PF, Marson seria o financiador das ações da quadrilha. Ele foi preso temporariamente e depois teve a prisão convertida em preventiva.
O doleiro mantinha uma empresa de turismo de fachada emSão Paulo, na qual se lavava o dinheiro obtido com o narcotráfico, conforme apontaram as investigações.
Antes da realização da operação, as investigações resultaram em cinco flagrantes de movimentações da quadrilha. Nessas ocasiões, a PF conseguiu apreender 218 quilos de cocaína, veículos, R$ 35 mil em espécie e US$ 195 mil também em espécie. A compra da droga naBolíviaera sempre feita com a moeda estrangeira, informou a PF.
Com base no inquérito policial concluído, o MPF apresentou denúncia contra Marson e os demais nove integrantes do esquema.
Denúncia
Além do doleiro, a denúncia tem como alvos o chefe da quadrilha, o “braço-direito” dele, o principal fornecedor da droga, quatro responsáveis pelo transporte do material para outros estados, o principal comprador da droga em Minas Gerais (que inclusive foi preso em outra operação da PF, a “Pássaro Branco”, deflagrada naquele estado) e uma advogada deMato Grossoque seria responsável por dificultar quaisquer investigações a respeito do esquema.
Todos foram denunciados por tráfico de drogas, mas Marson também deverá responder pelo financiamento do esquema. Responsável pela defesa do doleiro, o advogado Huendel Rolim informou que aguarda ainda ser notificado sobre a apresentação da denúncia para tomar as providências em favor dele, que segue preso.
Já a advogada também deverá acumular a acusação de fraude processual e falsidade ideológica.
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