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Internacional
Quarta - 20 de Maio de 2015 às 14:46

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A Indonésia e a Malásia concordaram nesta quarta-feira em dar refúgio temporário a milhares de imigrantes, no primeiro avanço de uma crise humanitária que afeta o sudeste asiático, depois dos países da região se mostraram relutantes em tomar medidas durante várias semanas.


O ministro das Relações Exteriores da Malásia anunciou o acordo depois de uma reunião com seus homólogos da Indonésia e da Tailândia, convocada para buscar uma solução para o drama dos imigrantes. A maioria pertence à minoria muçulmana ronhingya de Mianmar, e outros são bengaleses que fogem da pobreza.

— Indonésia e Malásia concordaram em continuar proporcionando assistência humanitária a esses 7 mil imigrantes — disse Anifah à imprensa.

Os dois países também concordaram em proporcionar refúgio temporário, até que a comunidade internacional complete o processo de repatriação em um ano.

— Enquanto isso, Malásia e Indonésia convidarão outros países da região para se unirem a esta iniciativa — acrescentou.

Alguns imigrantes chegaram na costa da província indonésia de Aceh e na ilha Langkawi da Malásia.
VÍTIMAS DA MÁFIA

Acredita-se que a maioria é vítima de traficantes de pessoas, que os recrutam em Bangladesh e na província de Sittwe, em Mianmar, com promessas de levá-los a salvo para a Malásia e dar-lhes trabalho.

Mas na realidade, eles são mantidos como reféns em barcos ou em acampamentos nas selvas da Tailândia, ou viajam para a vizinha Malásia. Encurraladas, as vítimas têm que pedir a suas famílias que paguem um resgate aos contrabandistas por sua libertação.

— As agências de segurança dos países afetados seguirão compartilhando informação de inteligência em seus esforços para combater o contrabando e tráfico de pessoas — disse Anifah.

Anifah também instou a comunidade internacional a cumprir com sua responsabilidade e compartilhar de forma urgente o fardo de proporcionar o apoio necessário à Malásia, Indonésia e Tailândia para abordar o tema.

AJUDA FINANCEIRA

Os três países propuseram que a comunidade internacional lhes preste assistência financeira para que possam ajudar os imigrantes, que se alojariam em uma zona acordada pelos países afetados e administrada por uma força conjunta.

A comunidade internacional também deve assumir a responsabilidade da repatriação dos imigrantes aos seus países de origem ou realocá-los em terceiros países no prazo de um ano.

Nesta quarta-feira, uma frota de pescadores indonésios resgatou mais de 430 imigrantes que estavam retidos no mar e os colocou em segurança em terra, informou Herman Sulaiman, da Agência de Busca e Resgate do distrito de Aceh Leste.


Não estava claro se os imigrantes estavam em um barco ou haviam viajado em várias embarcações. As primeiras 102 pessoas chegaram à costa, na aldeia de Simpang Tiga, na província de Aceh Leste, disse Silaiman e outros socorristas.

— Eles sofreram desidratação, estão fracos e com fome — afirmou Jairul Nove, da agência responsável pela busca e salvamento na província de Aceh. Entre os 102 passageiros estavam 26 mulheres e 31 crianças.

Um dos imigrantes, Ubaydul Haque, de 30 anos, disse que o capitão do barco tinha falhado e fugiu. Eles estavam no mar quatro meses antes dos pescadores indonésios os encontrarem.





Fonte: O Globo

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