CPI da Copa quer montar “rede” com pequenos, para pegar os “peixões”
Foto: Karen Malagoli/ALMT
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa, o deputado estadual Oscar Bezerra (PSB), quer aproveitar o depoimento dos “peixes pequenos” para fisgar os “peixes grandes”. A ideia é montar uma espécie de rede com esses depoimentos, para que não haja meio de os poderosos envolvidos em eventuais irregularidades consigam escapar.
Para organizar essa logística de investigação, a equipe técnica da CPI, coordenada por Marcos Meira, montou um sumário com a ordem que cada depoimento será tomado e de que forma cada testemunha se liga às outras. A expectativa é convocar mais de 70 testemunhas. O sumário deve ser apresentado na próxima semana, após a publicação da ampliação do objeto da CPI.
“Teremos um eixo, para não atirarmos sem direção, sem foco. O sumário vai construir uma rede os pequenininhos que participaram da elaboração dos processos licitatórios, desde a construção e elaboração dos pré-projetos. Vamos construir essa rede para que, lá na frente, essa rede seja usada pelo menos segurar um pouco essas pessoas que são consideradas os peixões. Na história das CPIs são os menores que ajudam a pegar os grandes”, explicou o deputado.
Embora Oscar não tenha citado nomes, sabe-se que no rol de testemunhas está o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), o ex-presidente da Assembleia José Riva (PSD), e os ex-secretários da Copa Maurício Guimarães e Eder Moraes, entre outros. A CPI investiga todas as 56 obras da Copa em Cuiabá e Várzea Grande, e abrange desde a escolha da capital mato-grossense como sede do Mundial até os dias atuais, em que dezenas de obras continuam inacabadas, com problemas na execução e suspeitas de superfaturamento.
Para organizar melhor os trabalhos, além do sumário com as etapas da investigação e as oitivas, a CPI foi dividida em três sub-relatorias: pré-projetos, projetos básicos e projetos executivos, a cargo de Wagner Ramos (PR); licitações por meio da Lei nº 8.666/93 e do Regime Diferenciado de Contratação (RDC), que será conduzida por Silvano Amaral (PMDB); e execução e fiscalização de todas as obras, sob responsabilidade de Dilmar Dal'Bosco (DEM). A relatoria geral pertence a Mauro Savi (PR).
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