"Não queremos vender carro barato, queremos vender carro competitivo", disse Rodolfo Stopa, gerente de produto da Hyundai, logo após apresentar o novo modelo "popular" da marca sul-coreana no Brasil, que parte de R$ 31.995 na versão 1.0 l de 80 cavalos de potência, e de R$ 36.995 na 1.6 l de 128 cavalos de potência. Pouco após o discurso, o HB20, produzido na fábrica da marca em Piracicaba, no interior de São Paulo, já estava estacionado à espera do início do test-drive. Com design bem mais arrojado que os principais rivais - Volkswagen Gol e Fiat Palio -, o compacto feito exclusivamente para o País e que será comercializado apenas por aqui chama a atenção por onde passa.
Em Comandatuba, o comboio de teste partiu para cumprir 150 km de trajeto. Ao entrar em um dos modelos, com motor 1.6 l e câmbio manual de cinco marchas, a impressão inicial é o cuidado da marca em relação ao acabamento, também superior aos concorrentes. Os plásticos usados no painel aparentam ser de boa qualidade, os encaixes das peças são todos precisos e não há rebarbas aparentes. O design interior, assim como o exterior, é também um dos pontos positivos do HB2O. A sensação é de estar dentro de um "mini Elantra" - sedã médio da Hyundai.
O quadro de instrumentos, com iluminação azul, é harmonioso e informações do computador de bordo e tanque de combustível são digitais. Os botões de acionamento do ar-condicionado, pisca-alerta e acionamento dos vidros elétricos também são bastante intuitivos. Para quem gosta de carregar muitos itens consigo, não há problema em encontrar porta-objetos, espalhados nas portas, na base do console e nas sacolas "cagurus" atrás dos bancos dianteiros. Ainda há uma gaveta embaixo do banco do motorista - assim como o do Volkswagen Fox. Na versão testada estavam disponíveis ar-condicionado, trio elétrico, freios ABS com controle eletrônico de frenagem, rádio com CD player, MP3 e USB e volante multifuncional. O único "problema" é não ter opção de conexão Bluetooth para telefone.
Com 2,5 m de entre-eixos, 3,9 m de comprimento, 1,68 m de largura e 1,47 m de altura, o HB20 tem medidas praticamente iguais à concorrência. No banco traseiro, dois adultos viajam confortavelmente. Um terceiro ocupante caberia, mas com aperto. Uma ressalva, neste caso, é a falta de um terceiro apoio de cabeça, que não está disponível em nenhuma versão. Falha da Hyundai.
A chave é virada na ignição e logo nos primeiros metros é possível sentir o andar macio e suave do HB20. O motor com bloco em alumínio, vindo da Coreia do Sul, conseguiu fazer um "bom casamento" com o câmbio manual, com encaixes precisos e longos. Na estrada é possível alcançar altas velocidades e o barulho externo pouco invade a cabine, caso raro no segmento. Em velocidades acima de 120 km/h, no entanto, a direção hidráulica - que mais parece ser elétrica -, é leve demais, e merecia um ajuste. Em um trecho de aclive, quando foi preciso fazer uma ultrapassagem, o HB20 executou uma retomada em terceira marcha apenas razoável, bem de acordo com modelos com motor 1.6 l.
Em um pequeno vilarejo, sem asfalto e com alguns buracos, deu para sentir inicialmente o trabalho da suspensão do modelo da Hyundai, que "bate seco" demais e incomoda principalmente quem viaja no banco traseiro. Mas nada traumatizante. De volta ao asfalto, em velocidade constante, o HB20 relembra ao motorista como é bom ser guiado. As curvas são realizadas com precisão, sem desvio da trajetória. A conclusão é que é os concorrentes já estabelecidos no mercado vão ficar sensivelmente incomodados com a oferta da Hyundai. E sim, é possível combinar design, modernidade e bom custo/benefício em um modelo de entrada.
A jornalista viajou a convite da Hyundai.
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