Filhos tentavam acalmar Angélica, diz fazendeiro que ajudou família em MS
O comerciante e produtor rural William Ferreira de Almeida, de 52 anos, ajudou a transportar a família de Luciano Huck e Angélica para a Santa Casa de Campo Grande (MS) no domingo (24). Ele contou ao G1 que a apresentadora chorava muito e os filhos tentaram acalmá-la durante o percurso.
“Só Angélica chorava muito, estava apavorada e com dor. As crianças tentavam acalmar ela”, disse Almeida. A família estava na aeronave que fez pouso forçado em um pasto próximo da capital. Além dos apresentadores e das três crianças, o comerciante também resgatou as duas babás.
Angélica recebeu alta na noite de segunda-feira (25), pouco depois do apresentor Luciano Huck também ser liberado pelo Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo. Luciano Huck sofreu "uma pequena fratura" na 11ª vértebra torácica e Angélica sofreu "um estiramento muscular na região da cervical" e apresenta uma discreta lesão na musculatura da parede abdominal e pélvica.
Almeida disse que estava passando pelo local quando voltava da fazenda que fica no município de Rochedo, distante 83 quilômetros da capital sul-mato-grossense, e viu um homem pedindo socorro. O homem era o piloto Osmar Franttini, de 52 anos.
“Parei porque vi um avião e uma pessoa pedindo socorro. Ele acenava com um pano branco”, conta o produtor rural. Ele disse que andou cerca de 400 metros depois da entrada da fazenda e parou a caminhonete próxima do local. “Parei e fui andando até o avião”, completou.
No momento em que chegou até a aeronave, ele viu que todos estavam bem. “Fiquei nervoso porque achei que tivesse alguém muito ferido. Mas todos estavam bem”, revelou.
Segundo ele, sugeriram chamar um helicóptero para fazer o resgate, mas Angélica não queria, então foram de carro.
“Ela ficava dizendo que queria ir de carro”, lembra. O piloto, Osmar Franttini, e o copiloto, José Flávio de Sousa Zanatto, ficaram no local. “Ele estava meio zonzo”, disse Almeida sobre o piloto.
Agradecimento
Almeida disse que, por volta das 23h de domingo, Luciano Huck ligou para agradecer.
“Ele me ligou à noite, aqui era onze e pouco, então era mais de meia-noite lá em São Paulo, para me agradecer pelo que fiz por ele e pela família dele”, afirmou.
Investigações
Peças do avião começaram a ser recolhidas na segunda por oficiais da Aeronáutica - um dos motores, bancos e parte fuselagem.
De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), dois investigadores do IV Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), subordinado ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), e um oficial da Base Aérea de Campo Grande estiveram no local do acidente
Um engenheiro da Embraer, empresa fabricante da aeronave, também acompanhou os trabalhos. A equipe coletou amostras de combustíveis, óleo do motor e filtros. Os especialistas também fizeram fotos de detalhes da aeronave, entrevistas com testemunhas e levantamento de evidências.
Piloto e copiloto explicam pouso
Segundo o copiloto do avião, José Flávio de Sousa Zanatto, foram 5 minutos de tensão até o fim do pouso forçado. Ele disse que primeiro sinal de que algo estava fora do normal foi quando o painel mostrou acesa a luz de advertência do filtro da bomba de combustível.
O piloto Osmar Frattini, de 52 anos, deu detalhes sobre a manobra que precisou fazer para controlar o avião e fazer o pouso forçado. Faltando apenas 10 dos 25 minutos calculados para completar o trajeto de Miranda (MS) a Campo Grande, ele conta que um alarme de emergência apontou uma falha.
“Houve uma pane no motor esquerdo, e imediatamente acionei a bomba auxiliar. O motor continuou sem potência e então acionei o motor direito, ainda sem resposta. Foi o momento em que o copiloto absorveu tudo o que estava acontecendo com muita tranquilidade e isso amenizou muito a situação”, afirmou o piloto.
Assim que encontraram um local, eles iniciaram as coordenadas. Perto da aproximação para o pouso, às 10h52, o piloto avisou a Torre de Controle em Campo Grande que estava em situação de emergência e que faria pouso forçado.
"Nós já tínhamos 4,3 mil pés a partir da pane, e quando já estávamos a 450 metros de altura sabíamos da possibilidade da aeronave ir ao chão, por conta da pane, peso e tudo mais", comentou.
Na ocasião, ele diz que os tripulantes foram informados de que deveriam tirar os óculos e colocar o cinto de segurança.
"Quando perdeu a potência do motor esquerdo, o Luciano Huck, que entende de aviação, já chegou e falou para mim: 'Comandante, nós estamos monomotor?" E eu falei 'sim, Luciano, estou com uma pane de motor, é no combustível, uma parte do combustível", relembrou.
Gravações de Estrelas
A apresentadora Angélica e a equipe estavam em Mato Grosso do Sul para gravações do programa "Estrelas", da TV Globo. De acordo com o GShow, a apresentadora grava nova temporada especial no Pantanal.
A produção levou convidados para apresentar receitas locais, realizar safári fotográfico e conduzir apresentações musicais. Rodrigo Simas, Daniel Rocha, Cristiano Araújo, Munhoz & Mariano foram alguns dos convidados.
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