Polícia não tem informações sobre suspeito de estuprar médica: 'nada' Crime aconteceu no dia 15 de maio e vítima saída do Hospital São Rafael. Delegado pediu novas imagens para inquérito; autor não foi identificado.
A polícia ainda não tem informações como nome ou endereço do homem suspeito de raptar a médica do Hospital Roberto Santos, em Salvador, e aguarda o recebimento de mais imagens de câmeras de seguranças de órgãos para apoiar a investigação. De acordo com o delegado Willian Achan, titular da 10ª delegacia, a principal dificuldade até o momento é o recebimento das informações. O crime aconteceu no dia 15 de maio, uma noite de sexta-feira. A vítima, de 32 anos, saía do plantão quando foi abordada no estacionamento, foi obrigada a sair do local dirigindo o próprio carro e foi estuprada perto de um matagal.
"Temos feito solicitações a vários órgãos, de filmagens, de informações. Não temos nome, nada", informou o delegado, em conversa com o G1 nesta terça-feira (26).
Além dela, o marido, que foi quem entrou em contato com a polícia, e outras testemunhas como trabalhadores do Well Park, estacionamento privado onde ela foi abordada, e colegas do trabalho, já prestaram os depoimentos à polícia. Segundo o delegado, as imagens que já foram concedidas pelo Well Park auxiliaram principalmente para a observação de como ela foi abordada pelo suspeito. "As outras imagens podem mostrar a vulnerabilidade do local e confirmar as versões da vítima e das testemunhas", informou. O delegado não quis passar os detalhes da investigação.
Duas pessoas prestaram depoimento na 10ª delegacia, que fica em Pau da Lima, após terem as fotos comparadas à imagem que aparece no retrato-falado divulgado pela polícia no dia 17 de maio. Um deles é o segurança de carro-forte José Fernando de Souza, morador de Lauro de Freitas, que enfrenta com medo saída de casa ou ida ao trabalho. "Tive medo. A gente sabe como o ser humano é perverso e do que ele pode fazer. Minha cabeça virou e eu só queria justiça", afirmou ao G1.
De acordo com o delegado William Achan, titular da 10ª Delegacia Territorial (DT/Pau da Lima), José Fernando esteve realmente na delegacia buscando por justiça. "Ele tem cartão de ponto comprovando que estava trabalhando no momento em que ocorreu o crime. Além disso, a vítima também não o reconheceu como agressor", afirmou.
Achan detalha que as imagens espalhadas por meio de aplicativos e redes sociais foram enviadas para a unidade especializada da polícia que apura crimes cometidos em meios eletrônicos, a fim de identificar quem produziu as imagens. José Fernando, que é casado e pai de um menino de oito anos, afirmou emocionado que jamais imaginou na vida ter a imagem vinculada a um criminoso. "Dei um entrevista a uma emissora de TV e o meu filho me viu chorando. Quando eu cheguei em casa, ele perguntou: Meu pai, por que o senhor estava chorando na televisão? Eu disse que tinham feito uma maldade muito grande com o pai dele", falou sobre a tristeza de explicar o caso para o garoto.
A polícia confirmou que José Fernando não era a pessoa procurada pelo estupro da médica. Ainda assim, afirma que tem sido apontado na rua como o autor do crime.
"Estou cansado de ver as pessoas apontarem para mim. Passam pelo meu trabalho e dizem: o estuprador trabalha nessa empresa. Quero muito que encontrem logo esse homem [autor do crime]. Deus está minha frente e a verdade vai prevalecer", disse. José Fernando conseguiu o apoio de uma advogada, que ofereceu serviço gratuito para apoiá-lo no caso. Ele não desconfia quem pode ter envolvido a sua imagem no crime, mas acredita que o responsável será localizado. "A Justiça será feita".
Estupro
De acordo com a Polícia Civil, na agressão sexual, o agressor usou preservativo para impedir a identificação por meio de DNA. O depoimento dela foi prestado no sábado (16), mesmo dia em que o exame de corpo de delito foi realizado.
O suspeito ainda tentou efetuar um saque com a vítima em uma agência bancária em Porto Seco Pirajá, na região da BR-324, na capital baiana. Segundo o delegado Willian Achan, como a unidade bancária estava fechada, o agressor obrigou a médica a dirigir até um matagal, onde ocorreu a agressão sexual. Em seguida, ele saiu do veículo e deixou a médica com o carro no local.
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