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Domingo - 16 de Setembro de 2012 às 10:54

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A Ferrovia Cuiabá-Santarém proposta pelo Governo do Estado ganha uma concorrente em um projeto encabeçado pelo deputado estadual José Riva (PSD), paralelo a BR-163 na BR-158, e que é tida como a aposta mais viável para melhor escoamento dos produtos mato-grossenses. A proposta foi apresentada ao embaixador Russo, Sergey Akopov, e gera um estranhamento por estar disputando espaço de investimento com uma obra que já era tida como certa.

Nesta semana, o embaixador veio a Cuiabá para uma rodada de negociações e ambas as propostas foram apresentadas a Akopov, contudo, a referente à rodovia 158 representaria um melhor custo. Enquanto o trajeto pela BR-163 necessita de 1.400 km de asfalto a serem construídos, a 158 necessitaria apenas 190 km, o que reflete diretamente no preço do frete, que pela Cuiabá-Santarém, ficaria 20% mais caro que o calculado pela 158.

Nelson Abdala, presidente da Associação Mato-Grossense de Áreas Emancipadas e Anexadas, explica ao Olhar Direto que a estrada por Santarém atravessaria dois parques nacionais, dois municípios e três distritos, ou seja, um grande número de matas teria de ser derrubadas. Em contraponto, a 158, que tem ponto de partida do município de Água Boa, conseguiria chegar ao porto final ainda a ser definido, sem desmatar praticamente.

O grupo chinês que teria inicialmente se interessado pela Cuiabá-Santarém teria percebido alguns contrastes negativos no projeto e recuou da proposta, apesar de ter oferecido R$ 10 milhões em empréstimos, além de pedir maiores estudos de viabilidade sobre a imensa obra. No paralelo, na ferrovia que corta o Araguaia, a Vale do Rio Doce já demonstrou interesse, reafirmando ainda a possibilidade de uma parceria entre poder público e privado.

Essa antemão de investimento é denominada PPP, parceria público e privado, e que aqui em Mato Grosso para a BR-158 já está praticamente formada, mas necessita de ser concretizada ainda no estado do Pará, que será o parceiro de investimento na confirmação da ferrovia. Se finalizada, vence-se mais uma etapa e aí, a depender dos investidores, será escolhido até onde a ferrovia chega, mas ao que tudo aponta, segue-se até Barcarena, em Vila do Conde.

O caminho trilhado pela BR-158 é tido ainda como mais transitável por Abdala, porque colocaria o ‘recurso’ no bolso do produtor, uma vez que, os insumos importados pelo estado seriam barateados para a produção, ao passo que, mantém-se o bom preço dos produtos. Já no panorama nacional o Brasil passaria a ser a maior entrada para a importação e exportação, isso porque, vende-se melhor seus produtos e compram-se melhor os insumos.

Com a concepção em mãos, os russos voltam ao país, dessa vez em Brasília, em outubro para voltar a discutir ambos os projetos. A segunda rodada de negociação deve apontar qual dos projetos será mais bem avaliado pelos compradores internacionais e destinará o investimento a ser aplicado. O fato é que segundo Nelson Abdla, existem cerca de US$ 13 trilhões ‘sobrevoando’ para serem investidos, e parte dessa verba tem de ser trazida para o país.






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