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Domingo - 16 de Setembro de 2012 às 09:27
Por: Mário Marques de Almeida

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A cidade de Santo Antonio de Leverger, distante apenas 34 quilômetros de Cuiabá, em função de crime político ocorrido no último dia 5 e que culminou com a morte de uma pessoa e ferimento em outras duas, está sendo palco de manifestações até então inéditas na cidade: passeatas onde as pessoas estão saindo às ruas pedindo paz e o fim da violência política.

Na última terça-feira (11), militantes políticos contrários à violência e pessoas do povo fizeram a primeira passeata, além de estarem conclamando círculos de oração pela paz. No próximo domingo, dia 23, o mesmo grupo está se articulando com outros setores da sociedade local, para a realização de um grande ato público, com caminhada e distribuição de panfletos, conclamando a união de todos, independentemente de opção partidária ou credo religioso. A proposta desse ato é a defesa de um ambiente político sadio, renovado e onde as desavenças políticas não sejam resolvidas com violência.

Residente na zona rural do município, em local distante da sede, a sitiante Maria Marta Silva, que disse ser mãe de cinco filhos, avó de 14 netos e bisavó de dois, prometeu que vai se deslocar até a cidade para participar da manifestação.

Em sua opinião, Santo Antônio precisa de união de todos para se desenvolver e ter paz. Os políticos, ao invés da “brigaiada” entre eles, precisam estar juntos e “brigando” pelo progresso de Santo Antônio, defende dona Maria. Uma mulher simples, mas idealista.

Famosa na região por seu carnaval, um dos melhores de Mato Grosso, e por possuir as melhores praias de rio, localizada estrategicamente próxima da Capital, Santo Antônio tem vocação natural para o turismo. Seja por suas belezas naturais, culinária ou festejos populares, além da hospitalidade espontânea da maioria da sua população, a cidade é propícia a receber visitantes.

Embora a cidade ostente índices baixos de criminalidade e ocorrências policiais, já em setores mais radicais da sua classe política o clima é violento e divergências são resolvidas a “bala”. A exemplo de um tiroteio, na calçada em frente à Câmara Municipal, que aconteceu após uma reunião, realizada há cerca de dez dias, entre dirigentes e militantes do PDT, e cujo ato era para tratar da expulsão de dissidentes do partido que discordam da coligação entre a legenda e o PT, que apoiam a candidatura do médico Valdir Ribeiro.

No entrevero foram baleadas três pessoas, sendo que uma delas, o secretário de Obras do município, Isaias Vieira, que estava internado em estado grave, faleceu cinco dias após ser ferido. Ainda internado e em estado que inspira cuidados, ferido com um tiro na barriga que varou o seu corpo, encontra-se Wagner Rosa, motorista do secretário assassinado. A terceira vítima, mas já fora de perigo, atingido por um tiro no braço, é um bombeiro reformado. O autor dos disparos, Marcelo Queiroz, foi preso em flagrante.

Contrastando com a índole pacífica e ordeira do seu povo, o município, nos últimos tempos, vem sendo abalado por sucessivas crises políticas e que refletem na má gestão atual da cidade e na falta de investimentos públicos em setores essenciais, como saúde e educação. Com a sua prefeitura inchada de apaziguados políticos, e os desencontros entre próprios aliados, fato que culminou com tiroteio, morte e ferimentos, a administração municipal está inoperante.






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