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Policia MT
Terça - 16 de Junho de 2015 às 08:24

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Os dois professores de duas escolas de futebol para crianças, presos desde o dia 16 de maio em Cuiabá, teriam abusado sexualmente de 20 alunos, de acordo com investigações da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) da capital.


Segundo a Polícia Civil, Júlio César Patini e Gesiel Gomes, de 52 e 34 anos, faziam promessas de que os garotos entrariam em grandes clubes de futebol do país. Em troca disso, os meninos tinham que ter relações sexuais com os professores.

O G1 não conseguiu encontrar os advogados que defendem Júlio e Gesiel. No entanto, em depoimento à Polícia Civil, os dois professores negaram que abusaram das crianças. Segundo o delegado responsável pelo caso, Eduardo Botelho, o inquérito foi concluído e os professores foram indiciados por estupro de vulnerável e exploração sexual de adolescentes. Inicialmente as investigações apontavam que o número de vítimas seria 10.

“Chegamos ao número de 20 crianças e adolescentes que foram abusadas sexualmente dos dois professores. Mas o número pode ser maior, porém, as vítimas ficam constrangidas em denunciá-los. Eles [as vítimas] entendem que a divulgação desses crimes é mais grave do que o sofrimento causado e preferem que isso fique impune", comentou o delegado ao G1.

Todas as vítimas são meninos, com idades entre 12 e 16 anos. Júlio César e Gesiel eram professores de escolinhas de futebol nos bairros Residencial Coxipó, Itapajé e Coophema, todos na capital mato-grossense. Mais de 200 alunos frequentavam as duas escolas.

Conforme Botelho, algumas das vítimas foram levadas para fazer intercâmbio com outras escolas em São José do Rio Preto (SP), onde também foram violentadas pelos dois professores. “Essas vítimas assumiram que foram levadas para São Paulo e lá foram abusadas. Por isso encaminhei uma cópia do inquérito para a Polícia Civil de São José do Rio Preto onde as investigações também devem continuar”, disse o delegado.

De acordo com a Deddica, os professores alegavam que conheciam empresários de grandes clubes de futebol e assim, convenciam as vítimas a manterem relações sexuais ou atos libidinosos com eles em troca de conseguir a oferta de “futuro promissor“ no futebol. As crianças e adolescentes que aceitavam isso acabavam ganhando presentes dos suspeitos, como chuteiras, camisas de times de futebol e outros ‘agrados’.

“Em depoimento os dois suspeitos se recusaram a confessar a prática do crime. Chegaram a dizer que isso era armação dos próprios alunos. Mas fica até feio uma pessoa negar isso, diante do alto número de vítimas que apontaram o crime”, relatou o delegado.

Os professores estão presos no Centro de Ressocialização de Cuiabá (antigo Carumbé). A prisão deles também foi convertida de temporária para preventiva. O inquérito foi encaminhado ao Fórum de Cuiabá.





Fonte: G1 MT

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