Pivô da Máfia do Apito processa a ex, sofre sem emprego e mora com a mãe
Edilson Pereira de Carvalho não estava em casa. Tinha acabado de sair com a filha para comer pastéis na feira que funciona ali perto de sua casa em Jacareí (SP), às quartas-feiras. Quem apareceu na porta foi a mãe dele, dona Emy, que indicou o caminho – três ou quatro quarteirões dali, numa avenida às margens do Rio Paraíba do Sul.
Sentado num dos bancos de plástico da barraca, o protagonista de um dos maiores esquemas de manipulação de resultados do futebol brasileiro, 10 anos depois, conversa com a filha sobre aposentadoria. Até ser interrompido pela reportagem, que se apresenta, e, em seguida, recebe o convite para experimentar um pastel.
Convite aceito, um de queijo, enquanto o ex-árbitro escolhe o de palmito – não sem antes se certificar de que o recheio era diferente daquele servido no Mercado Municipal de Jacareí, cidade do Vale do Paraíba que fica a 80 quilômetros de São Paulo.
– Aquele lá é comer e morrer – diz, em voz alta, fazendo a filha sorrir.
Antes de ouvir o motivo da procura, Edilson se adianta:
– Foi mais para o fim do ano, né? Setembro, outubro...
Foi em setembro. No dia 23 daquele mês, em 2005, a revista "Veja" estampou em sua capa uma foto de Edilson, à época um dos 10 árbitros com o escudo da Fifa no país. Em conluio com apostadores, ele atuou para alterar o placar de uma série de jogos, o que levou o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) a anular e remarcar as 11 partidas apitadas pelo paulista no Campeonato Brasileiro – ele admite apostas em apenas três.
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