Advogado de López diz que 'recusa' de autorização a voo com Aécio é 'grave'

Internacional

Quarta - 17 de Junho de 2015 às 08:24

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O advogado brasileiro Fernando Tiburcio, que presta consultoria à família do opositor venezuelano Leopoldo López, classificou nesta terça-feira como "grave" o fato de o governo de Nicolás Maduro negar uma autorização para que um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com senadores, incluindo o ex-candidato à presidência Aécio Neves (PSDB), viaje a Caracas. "Do ponto de vista diplomático, impedir que um avião oficial brasileiro sobrevoe o espaço aéreo venezuelano é um fato grave, que deveria receber uma forte condenação do governo (de Dilma Rousseff)", disse Tiburcio à Agência Efe.

A autorização para que o avião da FAB pousasse em Caracas foi enviada às autoridades venezuelanas na última sexta-feira, afirmou hoje o ministro da Defesa, Jacques Wagner. No entanto, ele disse que ainda não houve resposta ao pedido e não uma recusa. "Está lá no governo da Venezuela o pedido que é absolutamente corriqueiro: qualquer avião da FAB, para sair daqui para qualquer lugar, tem que pedir ordem de passagem pelo espaço aéreo e pedido de pouso", comentou o ministro. A missão brasileira será liderada por Aécio, mas conta com a presença de alguns parlamentares da base governistas. Eles também pretendem visitar alguns dos dirigentes opositores presos, entre eles López, que está em greve de fome desde o dia 24 de maio e está detido na prisão militar de Ramo Verde. Tiburcio disse à Efe que a aeronave que levaria os senadores a Caracas não é de fato um avião militar, mas sim um equipamento da FAB usado em viagens de autoridades brasileiras. O advogado acrescentou que, segundo documentos obtidos pela imprensa, o Ministério das Relações Exteriores autorizou, entre 2007 e 2008, que o espaço aéreo brasileiro fosse usado 114 vezes por aviões venezuelanos que iam à Bolívia. Fontes do Congresso consultadas pela Efe disseram que os senadores estão decididos a manter a viagem à Venezuela. Caso não haja resposta para a autorização, eles pretendem utilizar um avião fretado, que não exige esse tipo de trâmite burocrático. Aécio, que confirmou a viagem através do Twitter, explicou que a missão parlamentar tem como objetivo pressionar Maduro para que liberte os opositores presos e convoque as eleições legislativas previstas para ocorrer neste ano. "Quando se fala de democracia e de liberdade não se têm que respeitar fronteiras. Vamos, portanto, um grupo integrado por vários partidos, de forma absolutamente respeitosa", afirmou Aécio. EFE ed/lvl

Fonte: EFE