Estudo vê menor risco cardíaco em pessoas que comem mais chocolate
Um estudo feito por pesquisadores britânicos com 25 mil homens e mulheres mostrou que aqueles que declaram consumir mais chocolate têm estatisticamente menos doenças cardiovasculares.
A ingestão de chocolate amargo já foi associada no passado, por meio de diversos estudos, a uma melhor saúde cardiovascular, mas sem que qualquer relação de causa e efeito tenha sido claramente estabelecida. A pesquisa atual, apresentada em artigo publicado on-line na revista britânica especializada "Heart" (do grupo BMJ), mais uma vez apresenta estatísticas, mas não analisa qual seria o mecanismo que poderia fazer com que o chocolate influencie a saúde do coração.
Para este estudo, um grupo de pesquisadores britânicos procurou analisar as correlações entre o consumo de chocolate e a saúde cardiovascular do grupo de 25 mil homens e mulheres que moram em Norfolk (leste da Inglaterra) e o acompanhou durante, em média, dez anos.
Os cientistas colocaram em relação as quantidades de chocolate que os participantes declaravam consumir e os dados sobre sua saúde cardiovascular: taxa de colesterol, ocorrência de acidentes cardíacos, de acidente vascular cerebral (AVC) e etc.
Até 100 g por dia
A partir desta observação, foi constatado que aqueles que declaram consumir mais chocolate têm estatisticamente menos doenças cardiovasculares. "Segundo este estudo (...), o consumo de até 100 gramas de chocolate por dia está associada a um risco menor de doenças coronarianas e AVC (...)", indicam
Mas o autores reconhecem também que aqueles que comem mais chocolate são também mais jovens, menos gordos, dispõem de melhor saúde e praticam mais esportes. Seria possível, então, que o estilo de vida seria o responsável por tornar este grupo de pessoas menos sujeito às doenças do coração.
Além disso, aqueles que sabem que estão em risco de doenças cardiovasculares podem ter tendência a limitar o consumo de chocolate em busca de um estilo de vida melhor, observaram os pesquisadores.
"Apesar de tudo, os itens acumulados relatados neste estudo sugerem que o alto consumo de chocolate pode estar associado a benefícios cardiovasculares", concluíram.
Entrevistado pela AFP, o médico nutrólogo Arnaud Cocaul, do hospital parisiense da Pitié Salpêtrière, explica que trata-se de "um estudo de observação com todas as suas limitações. Uma indústria alimentícia não pode usá-lo como argumento de venda".
Outro especialista parisiense da nutrição, Pierre Azam ressalta por sua vez que "nenhuma certeza em matéria de saúde pública pode sair deste tipo de estudo". Azam disse preocupar-se com os "estragos" com as "reduções" que podem ser feitas pela população a partir destes estudos.
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