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Em evento esvaziado, Senado lança campanha Mais Mulheres na Política em MT
Foto: Secom/AL
O Senado Federal lançou, na manhã desta segunda-feira (22), a campanha Mais Mulheres na Política – A Reforma que o Brasil Precisa em Mato Grosso. O evento, realizado na Assembleia Legislativa, em Cuiabá, acabou esvaziado de lideranças nacionais, já que nem as senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Marta Suplicy (sem partido-SP) conseguiram chegar para o evento. A primeira cancelou a participação em função de a mãe ter adoecido, e a segunda teve o vôo atrasado e não conseguiu chegar a tempo. O senador José Medeiros (PPS-MT) acabou representando o Congresso Nacional.
A única deputada de Mato Grosso, Janaina Riva (PSD), também faltou ao evento, pois está em licença para tratamento médico. Desse modo, a principal detentora de mandato eletivo no ato foi a prefeita de Várzea Grande, Lucimar Campos (DEM), que assumiu o cargo há menos de 2 meses, após a cassação do prefeito Walace Guimarães (PMDB). Para a prefeita, o que afasta a mulher da política é a falta de oportunidade. “Não falta capacidade às mulheres, falta oportunidade. Porque nós somos tão capacitadas quanto os homens para administrar e fazer política. No meu secretariado, por exemplo, eu nomeei entre sete e oito mulheres para comandarem pastas”, observou Lucimar.
Cota feminina
O senador José Medeiros defende a criação de cotas para mulheres no Legislativo, como previsto em Proposta de Emenda à Constituição (PEC) rejeitada recentemente na Câmara Federal, que previa a reserva de 15% de vagas nos parlamentos para as mulheres, com exceção do Senado, que funciona com eleição majoritária. A legislação atual prevê apenas a reserva de candidatos nas eleições proporcionais, sendo obrigatório no mínimo 30% para cada gênero.
“Sem políticas afirmativas dificilmente as mulheres vão conseguir ocupar esses postos. É preciso igualdade de condições. Mais de 50% da população brasileira são mulheres, mas a participação política é muito pequena. Hoje elas são registradas para cumprir a legislação [que prevê no mínimo 30% para cada gênero] e viram candidatas laranja porque não lhe são dadas condições de se elegerem. O nosso sistema é muito machista. Essa busca não é pelas mulheres, é pela igualdade de gênero”, afirmou o senador.
O 1º secretário da Assembleia Legislativa, Ondanir Bortolini “Nininho” (PR), lembrou que, desde a escolha de candidatos as mulheres são listadas apenas para cumprir tabela. “Quando se faz a reunião para escolher os candidatos, já são cartas marcadas. Se escolhe quem vai ser eleito e quem é boi de piranha. Isso tem que mudar”, disparou.
A única senadora que Mato Grosso já teve, Serys Marli Slhessarenko, hoje sem mandato, destacou as dificuldades enfrentadas pelas mulheres dentro da própria casa para atuar politicamente.
“A mulher foi à luta e está trabalhando fora de casa. Mas os companheiros homens não vieram para dentro de casa na mesma proporção para ajudar. No final de semana a mulher vai cuidar do que ficou de rescaldo a semana inteira, fazer uma faxina, lavar roupa, e o homem vai jogar sinuca, vai jogar futebol, vai fazer política. Nenhum homem fica menos macho se ajudar a mulher a cuidar do filho, botar uma roupa para lavar. Temos que mudar essa cultura desde as criancinhas”, afirmou Serys.
A desembargadora Maria Helena Póvoas, presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), afirmou que ainda há muito preconceito com as mulheres, não só na política mas em postos de poder em geral.
“Indiscutivelmente as mulheres encontram sérios entraves. Aqui mesmo no judiciário de Mato Grosso, durante muitos anos, as portas foram fechadas para as mulheres, mas agora na magistratura elas chegaram com todo o peso, mostrando do que são capazes. Hoje estamos fazendo algo que pode mudar o cenário. Mas esse preconceito ainda vai se arrastar por muito tempo. Dizer que não existe preconceito para que a mulher galgue cargos de topo de linha é uma ilusão. O preconceito existe e está aí. Ainda há um ranço machista que impera”, disse.
A única deputada de Mato Grosso, Janaina Riva (PSD), também faltou ao evento, pois está em licença para tratamento médico. Desse modo, a principal detentora de mandato eletivo no ato foi a prefeita de Várzea Grande, Lucimar Campos (DEM), que assumiu o cargo há menos de 2 meses, após a cassação do prefeito Walace Guimarães (PMDB). Para a prefeita, o que afasta a mulher da política é a falta de oportunidade. “Não falta capacidade às mulheres, falta oportunidade. Porque nós somos tão capacitadas quanto os homens para administrar e fazer política. No meu secretariado, por exemplo, eu nomeei entre sete e oito mulheres para comandarem pastas”, observou Lucimar.
Cota feminina
O senador José Medeiros defende a criação de cotas para mulheres no Legislativo, como previsto em Proposta de Emenda à Constituição (PEC) rejeitada recentemente na Câmara Federal, que previa a reserva de 15% de vagas nos parlamentos para as mulheres, com exceção do Senado, que funciona com eleição majoritária. A legislação atual prevê apenas a reserva de candidatos nas eleições proporcionais, sendo obrigatório no mínimo 30% para cada gênero.
“Sem políticas afirmativas dificilmente as mulheres vão conseguir ocupar esses postos. É preciso igualdade de condições. Mais de 50% da população brasileira são mulheres, mas a participação política é muito pequena. Hoje elas são registradas para cumprir a legislação [que prevê no mínimo 30% para cada gênero] e viram candidatas laranja porque não lhe são dadas condições de se elegerem. O nosso sistema é muito machista. Essa busca não é pelas mulheres, é pela igualdade de gênero”, afirmou o senador.
O 1º secretário da Assembleia Legislativa, Ondanir Bortolini “Nininho” (PR), lembrou que, desde a escolha de candidatos as mulheres são listadas apenas para cumprir tabela. “Quando se faz a reunião para escolher os candidatos, já são cartas marcadas. Se escolhe quem vai ser eleito e quem é boi de piranha. Isso tem que mudar”, disparou.
A única senadora que Mato Grosso já teve, Serys Marli Slhessarenko, hoje sem mandato, destacou as dificuldades enfrentadas pelas mulheres dentro da própria casa para atuar politicamente.
“A mulher foi à luta e está trabalhando fora de casa. Mas os companheiros homens não vieram para dentro de casa na mesma proporção para ajudar. No final de semana a mulher vai cuidar do que ficou de rescaldo a semana inteira, fazer uma faxina, lavar roupa, e o homem vai jogar sinuca, vai jogar futebol, vai fazer política. Nenhum homem fica menos macho se ajudar a mulher a cuidar do filho, botar uma roupa para lavar. Temos que mudar essa cultura desde as criancinhas”, afirmou Serys.
A desembargadora Maria Helena Póvoas, presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), afirmou que ainda há muito preconceito com as mulheres, não só na política mas em postos de poder em geral.
“Indiscutivelmente as mulheres encontram sérios entraves. Aqui mesmo no judiciário de Mato Grosso, durante muitos anos, as portas foram fechadas para as mulheres, mas agora na magistratura elas chegaram com todo o peso, mostrando do que são capazes. Hoje estamos fazendo algo que pode mudar o cenário. Mas esse preconceito ainda vai se arrastar por muito tempo. Dizer que não existe preconceito para que a mulher galgue cargos de topo de linha é uma ilusão. O preconceito existe e está aí. Ainda há um ranço machista que impera”, disse.
Fonte:
Olhar Direto
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/414593/visualizar/
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