Comportamento do frango vivo em junho não tem nada de excepcional
Com isso registra, até aqui (isto é, faltando ainda uma semana para o encerramento do mês), ganhos da ordem de 12% tanto sobre o mês anterior como sobre o mesmo mês do ano passado.
São resultados poucas vezes vistos no setor. E que, pela sua dimensão, podem surpreender quem não esteja acompanhando atentamente a evolução desse mercado.
Mas – é bom ressaltar – tal desempenho é absolutamente normal e não tem nada de excepcional. Pois, pela terceira vez neste ano, o preço alcançado pelo frango vivo no mês apenas retorna ao que se pode chamar de “padrão histórico”. Isto, sem nunca ter superado esse “padrão”, o que significa que, no ano, continua apresentando evolução negativa de preços. Apesar do (apenas aparente) bom resultado de junho.
O “padrão histórico”, neste caso, é representado pela evolução dos preços mensais do frango vivo em relação ao preço médio do ano anterior em um espaço de duas décadas (1995 a 2014). É, sem dúvida, indicador representativo e mostra que, na média desses 20 anos, o frango vivo alcançou em junho cotação equivalente a 102% do valor médio registrado no exercício anterior.
Pois bem: no momento o frango vivo alcança valor médio equivalente a 98,5% do registrado pelo “padrão histórico” e volta a apresentar desempenhos similares aos registrados em março e abril, meses em que também acompanhou muito de perto o “padrão”. Nada de anormal ou extraordinário, portanto.
Anormal, isso sim, foi o desempenho registrado em maio passado. Pois o retrocesso de preços enfrentado pelo frango vivo esteve muito aquém do apontado pelo “padrão”. Daí o (aparentemente) alto índice de variação de maio para junho corrente. Mas como explicar a alta variação em relação a junho de 2014?
Se alguém se lembra, junho do ano passado foi profundamente frustrante para o frango. Contava-se que, com a realização da Copa do Mundo no Brasil, o consumo e a demanda se elevariam e os preços teriam forte reação. Mas que nada... Entre o primeiro e o último dia do mês ocorreu apenas uma alta de cinco centavos e, ao contrário do apontado pelo “padrão”, o menor preço médio de 2014 foi registrado justamente no mês de junho. Daí também o (aparentemente) alto índice de variação de um ano para outro agora observado.
É interessante notar que o valor apontado pelo gráfico (100,5% do preço médio de 2014) corresponde à média alcançada até ontem, 23 de junho. Como o mercado se mantém firme, até o fechamento do mês esse índice tende a se elevar ainda mais e superar a média histórica. Isto, independentemente de novos reajustes.
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