“Eu não posso dar um diagnóstico sem ver a pessoa, mas a chance de aquilo ser natural é muito pouco provável sem algum artifício, seja anabolizante ou prótese”, ressaltou o endocrinologista.
“Por essa foto, não me parece natural”, concordou José Horácio Aboudib, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Ele acredita que o artifício possa ser, sim, uma prótese. “Certamente não é músculo aquilo”, afirmou o cirurgião, que estranhou o formato do bíceps e do tríceps do egípcio. Um exame de ultrassom poderia confirmar facilmente a existência de um implante no braço.
Os dois médicos fizeram questão de ressaltar que nunca estiveram com Ismail e que se basearam apenas na foto.
Anabolizantes
Além da prótese, um recurso usado para aumentar os músculos é o uso de esteroides anabolizantes.
“Em geral, pelo que a gente já viu de casos parecidos, as pessoas misturam esteroides humanos e de uso animal para conseguir aquela hipertrofia”, apontou Hohl. “Aquilo é uma deformidade, visto que não é proporcional ao corpo dele”, completou.
O endocrinologista afirmou ainda que o uso dessas substâncias nem sempre faz a pessoa ficar mais forte. “Ele não necessariamente vai ser forte. Pode ter volume, mas não a força proporcional”, destacou. Para o médico, a qualidade da fibra muscular é mais importante que o tamanho do músculo.
Os esteroides anabolizantes provocam também uma série de efeitos colaterais no corpo masculino. A pele fica mais oleosa, o que aumenta o número de acnes. Os peitos crescem além do normal, como pequenos seios, o que é conhecido como ginecomastia.
Em alguns casos, a substância pode sobrecarregar o coração. Se o usuário já tiver algum problema anterior e não souber, pode até ter uma parada cardíaca e morrer.
Quando os esteroides são tomados pela via oral, outro órgão que fica comprometido é o fígado. O uso das substâncias pode levar à hepatite medicamentosa. Os rins também acabam sofrendo pela sobrecarga.
Se for injetada, a substância pode gerar infecções nos músculos, o que pode dar origem a abcessos, com acúmulo de pus no local. Nos casos mais graves, a infecção pode cair na origem sanguínea e se generalizar, levando a um quadro de sepse ou septicemia, que pode levar à morte.
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