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Nacional
Quarta - 24 de Junho de 2015 às 17:56

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Foto: (Foto: Élice Botelho/Arquivo pessoal)

Cartaz na Esalq faz 'ranking' sexual de alunos da USP

Cartaz na Esalq faz 'ranking' sexual de alunos da USP

A direção da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), campus da USP em Piracicaba (SP), começa a ouvir, nesta quarta-feira (24), depoimentos de estudantes sobre a lista que expôs intimidades sexuais dos alunos em um cartaz fixado no Centro de Vivência. A informação é duas universitárias que foram chamadas para serem ouvidas.

A instituição informou que a sindicância aberta para apurar o caso terá "liberdade para trabalhar e não tem obrigação de informar a direção sobre o que está sendo feito" e, por isso, não sabe detalhes sobre os depoimentos.

De acordo com uma das alunas que serão ouvidas, uma denúncia formal sobre a existência da lista, que faz uma espécie de ranking sobre as intimidades de estudantes, foi registrada na Guarda Municipal do campus no dia 2 de junho.

No entanto, a assessoria de imprensa da universidade informou que só tomou conhecimento do problema através do contato feito pelo G1 no dia 3 deste mês. A estudante de 25 anos, que preferiu não se identificar, afirmou que protocolou uma Notificação de Ocorrência (NO) sobre o cartaz, mas não pôde retitrar a cópia do documento. Ela foi orientada a enviar um ofício à Prefeitura.
"Fizemos a denúncia e ficamos de retirar o documento em qualquer dia. Só que quando fui buscar a NO na quinta-feira (18), fui informada de não poderia mais retirar", contou.

Já a aluna Élice Botelho, de 22 anos, que é integrante do Diretório Central dos Estudantes e se manifestou publicamente contra o conteúdo do cartaz em sua rede social, também será ouvida pela universidade.

Manifestações
Na terça-feira (23), a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo protocolou um requerimento de convocação para que o diretor da USP em Piracicaba preste esclarecimentos sobre o cartaz. A proposta foi protocolada pela deputada Beth Sahão (PT), e será analisada nesta quarta-feira (24). Outros profissionais do campus também devem ser convocados.

A Câmara de Piracicaba (SP) aprovou, na noite de segunda-feira (22), uma moção de repúdio ao cartaz proposta pela Comissão de Defesa de Direitos Humanos e Cidadania.A Esalq anunciou que abriu uma sindicância para apurar, na esfera administrativa, a produção e divulgação do "ranking" e um inquérito policial foi aberto para investigar o caso na esfera criminal.

Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Piracicaba, os autores da lista incorreram em três crimes: homofobia, difamação e calúnia. A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República afirmou que o caso reforça o "preconceito e a discriminação contra mulheres no Brasil". O órgão informou que vai acompanhar a apuração e também questionará a instituição sobre o cartaz.

Cartaz
Considerado preconceituoso e ofensivo por alunos e professores, o cartaz fixado no Centro de Vivência do campus era dividido em colunas que atribuíam, com palavra de baixo calão e termos como "teta preta", as supostas características das estudantes listadas pelos apelidos com que foram batizadas no campus, além do número de pessoas que teria mantido relações. Os "codinomes" são uma tradição na Esalq e muitos universitários os carregam após o curso. A lista também cita homossexuais. 





Fonte: G1

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