A Justiça decretou nesta quinta-feira a prisão temporária, pelo prazo de 30 dias, de cinco suspeitos de envolvimento na chacina no Parque de Gericinó, próximo à favela da Chatuba, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Os acusados serão investigados pela prática de homicídio duplamente qualificado - por motivo torpe e mediante tortura.
Foram expedidos mandados de prisão contra Remilton Moura da Silva Junior, o "Juninho Cagão"; Marcus Vinicius Madureira da Silva, o "Ratinho"; Jonas Santos Pereira, o "Jonas Pintado" ou "Velho"; Fernando Domingos Pereira Simão, o "Sheik" ou "Fernandinho"; e Luiz Alberto Ferreira de Oliveira, o "Beto Gordo". Os cinco também são acusados de participação no tráfico de drogas na região da Chatuba.
A prisão foi pedida pela polícia e pelo Ministério Público, em razão dos fortes indícios do envolvimento dos suspeitos nos crimes e por ser imprescindível para a conclusão das investigações. Na decisão, o juiz Márcio Alexandre Pacheco da Silva, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, afirmou que "o crime chocou a sociedade brasileira, dada a barbárie com que atuaram os executores contra jovens inocentes".
Onda de crimes na Chatuba
Desaparecidos após saírem para ir a uma cachoeira de Gericinó, em Mesquita (RJ), seis jovens foram encontrados mortos na manhã do dia 10 de setembro. Os adolescentes, moradores de Nilópolis, na Baixada Fluminense, foram identificados como Christian Vieira, 19 anos; Glauber Siqueira, Victor Hugo Costa e Douglas Ribeiro, 17 anos; e Josias Serles e Patrick Machado, 16 anos.
De acordo com laudo do Instituto Médico Legal (IML), os seis foram barbaramente torturados. Os documentos mostram que pelo menos dois deles tiveram os braços fraturados e quatro foram baleados na cabeça. As vítimas ainda tinham cortes profundos nos pescoços.
A polícia trabalha com a hipótese de que os jovens tenham sido capturados por traficantes locais, rivais da facção criminosa que comanda a região em que moravam as vítimas. Entre os acusados está Remilton Moura da Silva Júnior, o "Juninho Cagão", apontado como chefe do tráfico naquela comunidade. Além dos seis jovens, o grupo teria assassinado o pastor Alexandre Lima, 37 anos, e o cadete da Polícia Militar Jorge Augusto de Souza Alves Junior, 34 anos, no mesmo dia. José Aldeci da Silva Junior, que teria presenciado a morte do pastor, também pode ter sido vítima do grupo. Seu corpo foi encontrado em operação dentro da área do campo de instrução de Gericinó, que pertence ao Exército, no dia 13.
A onda de violência levou as autoridades a ocupar permanentemente a comunidade da Chatuba. A Polícia Civil também pediu a prisão temporária de sete traficantes suspeitos de participação na chacina.
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