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Agronegócios
Sábado - 27 de Junho de 2015 às 07:38

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Foto: Diego Redel

Nery Ribas debateu o tema junto com pesquisadores, técnicos e produtores no Congresso Brasileiro de Soja

Nery Ribas debateu o tema junto com pesquisadores, técnicos e produtores no Congresso Brasileiro de Soja

O diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja MT), Luiz Nery Ribas, defendeu, nesta quinta-feira (25), durante painel no VII Congresso Brasileiro de Soja, em Florianópolis, que a cadeia produtiva da soja precisa estar alerta contra ferrugem asiática.

Na análise dele, o vazio sanitário – prática de eliminar pés de soja ‘guaxos’ em determinado período do ano – e a proibição de segunda safra de soja, são medidas já assimiladas pelo produtor mato-grossense para combater a doença. “O tema já deixou de ser polêmico, uma vez que agora trata-se de viabilizar a sustentabilidade da cadeia produtiva e não mais uma simples opção de escolha”.


Ribas debateu o tema junto com pesquisadores, técnicos e produtores, durante o painel "A soja de segunda safra". Entre os debatedores, ficou o consenso de que as medidas para combater a ferrugem asiática da soja precisam ser tomadas em conjunto por todos os países produtores do grão na América do Sul.

De acordo com os participantes do debate, medidas isoladas nos Estados brasileiros, como aumento do período de vazio sanitário e ‘calendarização’ do plantio, são eficientes. Porém, não são suficientes para resolver o problema. Exemplo disso é o aumento do plantio de soja de segunda safra no Paraguai, enquanto alguns estados brasileiros – como Mato Grosso - tentam inibir essa prática.

"O sistema produtivo do Paraguai está em risco. Se não for feita uma intervenção, é possível que no próximo Congresso estejamos falando em inviabilidade de produção de soja naquele país", alertou o agrônomo da Sementes Iruña, Claiton Rodrigues.

Para o moderador do painel e chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Soja, RicardoAbdelnoor, o Brasil precisa tomar medidas preventivas contra a ferrugem asiática da soja em seus estados produtores. Mas a solução do problema passa por ações conjuntas com Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia, uma vez que os esporos do fungo migram facilmente com o vento e, estando presentes em um país, podem infestar o outro.

"Se quisermos um controle efetivo, além do Brasil, temos de ter ações em outros países também. Há a necessidade da normatização efetiva e conscientização dos produtores e técnicos de todos os países. Temos de pensar em boas práticas agrícolas", disse Abdelnoor.

Soja de segunda safra

Para evitar a presença de plantas hospedeiras no campo em longo período e assim combater o fungo causador da ferrugem, alguns estados brasileiros estão adotando medidas preventivas. Goiás, por exemplo, optou pela restrição da janela de plantio. Já Mato Grosso ampliou o vazio sanitário e proibiu o plantio de soja safrinha.

As medidas são polêmicas, uma vez que para serem cumpridas demandam maior fiscalização e restringem a liberdade de decisão dos produtores. "Esse assunto precisa ser discutido em vários âmbitos e em diferentes fóruns. Apesar de a soja safrinha ser uma opção para o produtor, a gente vê vários riscos inerentes que podem comprometer a cultura da soja. Não podemos deixar isso acontecer. Precisamos proteger a cultura que é tão importante para nossa economia", afirma Ricardo Abdelnoor.

O VII Congresso Brasileiro de Soja debateu vários temas ligados à cultura, esta semana, na capital de Santa Catarina. Conforme a assessoria de comunicação da Embrapa, cerca de duas mil pessoas participaram do evento.





Fonte: Olhar Direto

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