Cinto de castidade masculino cria polêmica no Quênia Cueca de ferro é trancada com cadeado de 'extrema segurança'. Produto foi criado com pretexto de proteger quenianos de suas mulheres.
Na vitrine de uma loja no centro de Nairóbi, um manequim nu se destaca com uma cobertura metálica sobre os órgãos genitais: esse é o polêmico cinto de castidade para homens que começou a ser comercializado com o pretexto de proteger os quenianos de suas mulheres.
Cinto de castidade masculino cria polêmica no Quênia (Foto: Simon Maina/AFP)
A cueca de ferro, que é trancada com um cadeado de "extrema segurança", passou a ocupar um lugar entre ternos, camisas e gravatas há algumas semanas, após ser noticiado o caso de uma mulher da cidade de Nyeri que cortou o pênis do marido como vingança por infidelidade.
O incidente inspirou o proprietário deste estabelecimento que, com chapas de metal e um grande cadeado, descobriu um meio de proteger os genitais masculinos contra possíveis atos violentos de suas esposas.
"Depois dos incidentes ocorridos em Nyeri, buscamos algo como isso. Todos sabem que é melhor prevenir do que remediar, então desenvolvemos essa ideia, para prevenir", contou à Agência Efe Kelvin Omondi, funcionário dessa pequena loja em Koinange Street, no centro da capital queniana.
Por enquanto, apenas oito pessoas foram à loja interessadas no curioso acessório que, por 1.200 xelins (R$ 38), é feito sob medida para o cliente.
Desde que o cinto de castidade apareceu na vitrine, todos passaram a ter diversas opiniões sobre o tema. Os pedestres que passam pela loja ficam surpresos quando observam o acessório, que parece ter sido tirado da Idade Média.
Boniface, cliente habitual da loja, disse à Efe que o cinto parece uma "grande ideia" para proteger as partes íntimas masculinas das mulheres irritadas.
"Se as mulheres forem ao extremo, nós também temos que fazer o mesmo", afirmou o cliente.
Cueca de ferro é trancada com cadeado de 'extrema segurança' (Foto: Simon Maina/AFP)
No entanto, outro queniano observa estupefato a invenção e, entre risos, pergunta se o produto realmente está à venda ou se é uma piada. "Eu não preciso de uma coisa dessas", disse com cara de espanto.
O sucesso da invenção ainda é duvidoso, já que parece pouco provável que o incidente de Nyemi se torne uma preocupação real e generalizada entre os quenianos. Além disso, é complicado imaginar um homem andando sem dificuldades com um acessório rígido e pesado.
Boniface defende a criação do cinto. Segundo ele, "quando se trata de segurança, a comodidade não importa".
Na mesma linha, Omondi também se mostra otimista sobre a viabilidade deste cinto de castidade, apesar de ainda não ter vendido nenhuma unidade.
Produto foi criado com pretexto de proteger quenianos de suas mulheres (Foto: Simon Maina/AFP)
"Os assuntos familiares são um tema tabu no Quênia e se resolvem em casa. Este cinto é uma boa maneira de resolvê-los", insistiu o criador.
Os clientes interessados, homens com idade entre 25 e 35 anos, não explicaram por que precisam desses cinturões, mas "a razão é óbvia", disse Omondi.
"É como a pessoa que compra remédios. O que ela quer é curar o resfriado", comparou.
Segundo o mito - questionado por historiadores -, a origem desses acessórios remete à Idade Média, quando os maridos obrigavam as esposas a usá-los enquanto eles lutavam na guerra ou simplesmente se ausentavam por um longo tempo, para evitar infidelidades sexuais.
É dito que o cadeado que trancava o antigo cinto de castidade tinha duas chaves: uma ficava com o marido e a outra com o sacerdote. Se o marido não voltasse em quatro anos, o sacerdote poderia libertar a mulher da "prisão sexual".
Agora, os cintos de castidade que pretendem fazer sucesso em Nairóbi querem se adaptar aos novos tempos e às novas necessidades da sociedade queniana: servir como proteção das vinganças de mulheres que sofrem infidelidades.
"Não se deve esquecer de manter a chave longe da esposa, senão não serve de nada", lembrou o inventor do novo produto.
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