Polícia dá ultimato a manifestantes que protestam em Yerevan
Tbilisi, 28 jun (EFE).- A polícia da Armênia deu um ultimato neste domingo aos mais de três mil manifestantes que protestam na capital, Yerevan, para que abandonem imediatamente a avenida onde fica a residência do presidente do país, Serzh Sargsyan. O líder armênio propôs uma solução para as reivindicações dos manifestantes no sábado. Hoje, os organizadores dos protestos pediram aos presentes para que deixem a avenida Bagramyan e se reúnam na praça da Liberdade, mas muitos se recusaram, segundo informou a imprensa local. "Entre vocês há sabotadores que incitam as pessoas a ações ilegais. Pedimos para que abandonem imediatamente a avenida Bagramián, caso contrário a polícia usará a força de acordo com a lei", disse aos manifestantes por megafone o chefe adjunto da polícia de Yerevan, Valeri Osipyan. Deputados e celebridades da oposição, que neste domingo se juntaram ao protesto - iniciado há oito dias -, formam um escudo humano entre os manifestantes e as forças antidistúrbios. Osipyan exigiu que os jornalistas saíssem da avenida "para não obstruir o trabalho da polícia" e pediu às pessoas que tirem "as crianças e as grávidas" da região. O protesto exige a retirada de um decreto do governo que aumentará a partir do dia 1º de agosto as tarifas de eletricidade. A manifestação começou em 19 de junho na praça da Liberdade e se transferiu na segunda-feira à avenida de Bagramyan, onde desde então permaneceu o dia inteiro. O presidente armênio anunciou na noite de ontem que o aumento das tarifas será submetido a uma auditoria independente e que, enquanto o resultado não for divulgado, a diferença entre o preço atual da eletricidade e o que será aplicado a partir de agosto será subvencionado pelo governo. "Se o relatório auditor confirmar que o aumento das tarifas é injustificado, o governo tomará medidas para recuperar o dinheiro e punirá os funcionários responsáveis" por aprovar o polêmico decreto, prometeu Sargsyan. No entanto, alguns líderes da manifestação exigiram em seguida a retirada incondicional do decreto e a punição aos policiais que usaram a violência para dispersar o protesto na segunda-feira passada. Pelo menos 18 pessoas, entre elas 11 agentes, ficaram feridas nesse dia, quando a polícia antidistúrbios decidiu dispersar os manifestantes reunidos com ajuda de jatos d'água. Outras 237 pessoas, entre elas muitos jornalistas, foram presas e permaneceram várias horas em delegacias, o que provocou críticas da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e das embaixadas dos Estados Unidos e do Reino Unido em Yerevan. As autoridades armênias decidiram na semana passada aumentar em 6,93 drams (R$ 0,05) o preço do quilowatt de eletricidade, a pedido da companhia Redes Elétricas da Armênia, propriedade do consórcio energético russo Inter RAO. EFE mv-aep/vnm
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