Acusado de matar músico com coquetel de remédios deve depor
Um técnico de informática, de 33 anos, deve prestar depoimento à Justiça nesta quarta-feira (1º) sobre o sequestro, morte e ocultação do corpo do músico Thiago Festa Figueiredo, de 27 anos, em 2011, emCuiabá. Ele e um policial civil são acusados de obrigar a vítima a ingerir uma quantidade excessiva de remédios controlados com o intuito de matá-lo, como consta no processo que tramita na 12ª Vara Criminal da capital. A audiência está marcada para as 17h30 [horário de Mato Grosso].
O assassinato ocorreu em uma clínica de reabilitação de propriedade da mãe do policial, para onde a vítima foi levada à força depois de ter sido abordado em uma blitz quando estava acompanhado de um amigo. Eles seguiriam para São Paulo, onde a mãe de Thiago morava à época, segundo a mãe dele, Maria Antônia Festa.
A vítima foi levada para o antigo Centro Integrado de Segurança e Cidadania do bairro Planalto, na capital, e lá teria ameaçada com uma arma de fogo pelo policial.
No processo diz que Thiago tomou um coquetel que teria sido feito pelo técnico de informática, colega do policial, que não tinha habilitação para a manipulação de medicamentos. Em seguida, os dois obrigaram a vítima a ingerir a mistura. Isso após o músico ter dito que era alérgico aos remédios de uso restrito e controlado contidos nesse coquetel.
"Não tinham qualquer autorização para ministrá-los, assumindo o risco de matar a vítima, que havia tentado resistir à ingestão anunciando expressamente ser alérgico a determinadas substâncias", diz trecho da denúncia do Ministério Público Estadual (MPE).
Depois de matarem o músico, o policial, o técnico em informática e uma terceira pessoa que não foi identificada levaram o corpo do músico até as margens de uma estrada de acesso ao Distrito da Guia, no Bairro Bandeira, em Cuiabá.
Enquanto plantonista do Centro de Segurança, o policial teria tentado simular a localização de cadáver e registrou um boletim de ocorrência. "O denunciado apontou como horário de comunicação do pretenso encontro de cadáver às 21h e apresentou como narrativa uma estória ludibriosa flagrantemente desmentida pelas investigações carreadas ao inquérito policial, inserindo declaração sabidamente falsa", aponta a denúncia.
Em 2013, o policial foi demitido após ser investigado pela Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso. À época, ele já tinha sido denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por sete crimes, entre eles falsidade ideológica, prevaricação (quando um servidor público usa do cargo para cometer crime), e fraude processual. Os dois foram presos e soltos menos de um mês da prisão.
A mãe de Thiago informou à época da demissão do policial que o filho morava em Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá, e estava de férias quando foi assassinado. "Ele estava indo me visitar em São Paulo, onde morava na época, e quando passou em uma blitz em Cuiabá foi parado porque o amigo estava
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