Supostos cúmplices do atentado no Kuwait são levados à justiça
O ministério do Interior enviou à justiça cinco homens suspeitos de terem ajudado o terrorista suicida saudita no violento atentado contra uma mesquita xiita na sexta-feira passada, no Kuwait.
O atentado suicida deixou 26 mortos e 227 feridos na mesquita Al-Imãn al-Adeq durante a oração semanal da segunda sexta-feira do Ramadã (mês do jejum muçulmano). O grupo extremista sunita Estado Islâmico (EI), que considera os xiitas hereges, reivindicou a autoria do atentado, o primeiro lançado no emirado petrolífero.
"Enviamos ao procurador-geral cinco suspeitos de ter ajudado o suicida", declarou àagência France Presse um funcionário dos serviços de segurança sob anonimato.
Trata-se do motorista que levou o terrorista para perto da mesquita, do proprietário do veículo e de seu irmão, ambos apátridas. Também foram detidos e enviados à justiça o proprietário da casa onde o motorista foi ocultado e seu irmão, os dois kuwaitianos.
"Mais suspeitos serão enviados à justiça posteriormente", acrescentou a fonte.
Os serviços de segurança começaram a fazer um número indeterminado de detenções depois do ocorrido. Também revisaram as medidas no tema, reforçando-as, em particular nos arredores das mesquitas, disse o funcionário.
O EI reivindicou outros dois ataques similares lançados durante o ano, um no Iêmen e outro naArábia Saudita.
Autor do atentado
O ministério do Interior do Kuwait informou no domingo que o terrorista foi identificado como Fahd Suleiman Abdel Mohsen al-Qabaa, nascido em 1992 e de nacionalidade saudita, que entrou no país por via aérea no mesmo dia do atentado.
Além disso, disse que ele havia transitado pelo Bahrein e que não estava fichado pelos serviços de segurança sauditas.
Uma fotografia do suposto terrorista, publicada pelo jornal "Al-Qabas", mostra um jovem barbudo com a tradicional kufiya (lenço utilizado em todo o Oriente Médio e Arábia Saudita).
O EI publicou nesta segunda-feira na internet um vídeo do jovem saudita, filmado antes do atentado, no qual ameaça os xiitas do Kuwait com outros ataques.
Funerais
O chefe da Comissão parlamentar de finanças, Adnan Abdel Samad, indicou que o Parlamento havia aprovado uma demanda urgente do governo de US$ 400 milhões para gastos vinculados à situação que prevalece após o atentado de sexta-feira.
Milhares de pessoas participaram das cerimônias fúnebres de 18 dos 26 mortos no atentado.
Os corpos das outras oito vítimas foram enviados para Najaf, no Iraque, onde foram enterrados no domingo, disse o vice-presidente do conselho provincial na cidade santa xiita, Louay al Yasiri.
Organizações políticas e religiosas sunitas do Kuwait condenaram o ataque, que coincidiu com outro ataque na sexta-feira em um resort de praia na Tunísia, com um saldo de 38 mortos e também reivindicado pelo grupo jihadista EI.
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