Cidinho nega envolvimento com irregularidades e explica transações com securitizadora
Após prestar depoimento ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), o empresário José Aparecido dos Santos, o 'Cidinho', suplente do senador Blairo Maggi (ambos do PR), disse à imprensa que não tem envolvimento com o caso investigado na Operação Ventríloquo, que prendeu - novamente - o ex-deputado José Geraldo Riva (PSD) na manhã desta quarta-feira (1º).
O empresário foi liberado por volta das 11h da manhã, após prestar esclarecimentos ao promotor Samuel Frungilo, do Ministério Público do Estado (MPE). Segundo ele, a convocação foi para explicar duas transações financeiras com securitizadora de crédito investigada na Operação Ventríloquo.
Mayke Toscano/Hipernotícias
Em depoimento ao MPE, Cidinho negou qualquer envolvimento com o caso investigado na Operação Ventríloquo
Cidinho é dono de um frigorífico de aves que tem unidades em Mato Grosso e Goiás e emprega mais de duas mil pessoas. Em 2014, sua empresa teve faturamento de R$ 200 milhões. O MPE quer saber informações referentes a estes dois depósitos que foram realizados na conta do empresário.
"Fizemos duas operações de crédito de troca de recebíveis com essa securitizadora aqui em Cuiabá, uma de R$ 90 e outro de R$ 97 mil. Operação de recebíveis é muito comum na atividade empresarial. Mas não mexo com governo. É duplicata de cliente meu", explicou.
O advogado de Cidinho, Ulisses Rabaneda, também disse que não há qualquer acusação contra o empresário, nem mesmo mandado de condução coercitiva para depor. O jurista reforçou ainda que as transações são referentes à atividade privada de Cidinho e não têm nada a ver com o Poder Público.
"Não houve qualquer medida de força contra Cidinho. São algumas transações da atividade privada, que foram absolutamente esclarecidas. As investigações vão prosseguir", disse o advogado, que foi completado por Cidinho: "Não tem relação nenhuma com Assembleia".
Cidinho depôs na condição de testemunha do caso. A esposa do empresário, Marli Pecker dos Santos, também está prestando depoimento ao promotor Samuel Frungilo. Ela é sócia de Cidinho no frigorífico.
VENTRÍLOQUO
Menos de uma semana após deixar a cadeia, o ex-deputado José Geraldo Riva (PSD) voltou a ser preso pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) às 6h desta quarta feira (1º), em sua casa, no bairro Santa Rosa, na Operação Ventríloquo.
Informações dão conta de que empresários e outros servidores da Assembleia também estão com mandado de prisão decretado. Ao todo, seriam 12 mandados de prisão a ser cumpridos. Entre estes, o ex-secretário-geral Luiz Márcio Pommot já está detido.
Agentes do Gaeco cumpriram mandado de busca e apreensão de documentos e computadores na Primeira Secretaria (setor financeiro) e a Secretaria de Controle Interno da Assembleia Legislativa.
A Operação Ventríloquo busca desmantelar uma organização criminosa instalada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso que, segundo o Gaeco, teria desviado milhões de reais dos cofres públicos. José Geraldo Riva também é apontado como líder desta organização criminosa.
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